sábado, 21 de fevereiro de 2015

Educar sem violência: criando filhos sem palmadas



Quando o assunto é educação infantil um dos pontos mais polêmicos é o uso das palmadas, outros tipos de violência física ou ainda a violência psicológica na "educação de crianças".

É corriqueiro ouvir o argumento “apanhei na infância e isso me fez uma pessoa de bem”, por tanto, essas pessoas acreditam verdadeiramente que umas boas palmadas educam, ou ainda, que são a única alternativa para educar um filho.

Educar realmente não é uma tarefa fácil, filho não vem com manual de instruções, mas sou uma otimista e acredito que a maioria dos pais está bem intencionado e quer o melhor para seu filho.

Neste contexto, informação é sempre bem vinda, assim hoje quero falar do livro EDUCAR SEM VIOLÊNCIA: CRIANDO FILHOS SEM PALMADAS, da Ligia Moreira Sena e da Andréa C.K. Mortesen. Esse livro é muito prático, de leitura fácil e bem estruturado, quando começamos a ler vamos até o fim de uma sentada só, porque simplesmente não dá para largar.


As autoras iniciam  convidando todos a refletirem sobre a seguinte questão: “O que é ensinado às crianças quando usamos violência física contra elas?” E completam discutindo muito bem sobre as consequências do "bater para educar", que ao batermos em uma criança para educar, ou para reprimir um comportamento que consideramos errado, a criança realmente deixa de fazer ou ter aquele comportamento, mas ela mudou seu comportamento não porque aprendeu algo, mas sim porque está assustada e com medo de apanhar novamente. Bater realmente funciona, limita o comportamento de forma imediata, a criança aprende a obedecer, mas isso é o suficiente? E a partir daí nos apresentam de forma muito clara a disciplina positiva, conceitos como ação e reação que são muito mais úteis na educação de uma criança do que ação e punição.
 Por experiência própria posso falar que no dia a dia, podemos muito bem utilizar a disciplina positiva para educar e dar limites, mas de forma empática e amorosa, e o mais importante sem usar a força física ou violência psicológica contra nossas crianças. e a partir daí falam sobre o desenvolvimento infantil, sobre como lidar com situações e como conduzir a educação usando a disciplina positiva. 

Nem sempre é fácil e é um aprendizado diário, mas aqui o uso da disciplina positiva foi uma opção minha e do pai da Marina, desde que discutimos pela primeira vez como seria a educação dela. Tem sido um desafio para nós, mas ao mesmo tempo é recompensador, aqui vai uma historinha nossa para ilustrar os efeitos da disciplina positiva:

Dia desses estava na cozinha, e como sempre coloco Marina próxima, ou "ajudando" ou brincando de algo, nesse dia instalei a mesinha dela na cozinha e dei tinta para ela pintar. Passando próximo, bati sem querer e derrubei algumas tintas dela. E a reação dela foi linda de viver, ela me olhou nos olhos e disse, tem nada não mamãe, foi sem querer, pegou dois paninhos, me deu um e disse: vamos limpar?
Ela, mesmo só tendo 2 anos e 7 meses na época, conseguiu sem empática comigo, entender a situação e propor uma resolução, vejo isso como reflexo da disciplina positiva que sempre é aplicada por aqui. 


Quem quiser se aprofundar mais sobre o texto pode procurar aqui, esse não é um post publicitário, estou indicando porque acho que o livro é ótimo, claro e direto na medida certa, principalmente para adultos desacostumados com leitura sobre educação positiva, é uma ótima maneira de começar a ler sobre o tema.


Referência:

Sena, L.M; Mortensen, A.C.K. Educar sem violência: criando filhos sem palmadas. Campinas, SP. Papirus, 7 Mares, 2014.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

De bebê a menininha: tranformações e desafios.

Faz tempo que não venho aqui, essa ausência se deve principalmente a necessidade de dispor meu tempo livre para Marina e aos compromissos profissionais... mas mi-mi-mi a parte, Marina está com 2 anos e 8 meses, e mudou tanto, mas tanto.

Passamos pelos tais terrible two, passamos pelo desmame noturno e depois desmame total (texto que já comecei a escrever um zilhão de vezes), defraldamos e agora estamos, faz duas noites sem a cama compartilhada. Ainda coloco ela para dormir, deito a seu lado, mas ela agora dorme a noite toda e não mos solicita mais a noite. Não houve choro, não houve ameaça, nem deixei ela só, simplesmente está acontecendo.

Engraçado como as mudanças vão acontecendo, mesmo sem a gente forçar nada. Sabe, se tivesse que escolher apenas um conselho pada dar a uma mãe recém parida eu diria: deixa rolar, siga seus instintos. É isso! Quando é sem cobrança, respeitando o nosso tempo e o tempo deles, com muito amor e respeito, as crinaças deixam as fraldas, deixam de mamar, dormem a noite toda, deixam de pedir tanto colo... e isso não é porque você utilizou uma tecnica ninja de adestramento de bebê, e sim porque um dia inevitavelmente eles crescem, e sabe de uma coisa? Aquele velho mantra materno: "tudo passa, tudo passa" é muito verdadeiro.

Lógico, que, as mudanças não acontecem da noite para o dia, na verdade, as mudanças são quase como uma dança, períodos mais intensos, períodos mais tranquilos, até finalmente terminar e passar para a dança seguinte.

Agora estou eu aqui, com uma menininha que já tenta me convercer da opinião dela. Novos desafios e novas aventuras estão por vir e isso me encanta,

É isso, parando por aqui, só vim matar a saudade, deixa eu ir lá que vamos arrumar o quarto juntas para ela ir dormir.