domingo, 23 de março de 2014

Maternidade, informação e sororidade.

Olá pessoas queridas,

faz tempo que não posto nada por aqui, a vida tá corrida, foram tantas novidades, tantos textos iniciados, de assuntos diferentes que nem sei o que terminar primeiro kkkkk.

Marina mudou bastante nesse período, ela ainda mama :) mas reduziu bastante. Entrou na escolinha, não foi minha primeira opção é claro, porém ouve necessidade mesmo, e assim o fiz, da maneira mais suave e empática que conseguimos.

E é disso que quero falar, escolhas, culpa, cobrança. Ter um filho implica também em assumir um papel social de mãe ou pai, e além das cobranças sociais existem as pessoais.

Nesse mundo da maternidade temos sempre uma cobrança seja de fora ou de nós mesmas, é a alimentação, se mama, se não mama, se usa fralda, se já desfraldou, se está na escolinha o não, para todo o lado tem pitaco e cobrança. 

Sou adepta ao bom senso, raciocinem comigo, entre a relação pais e criança o lado mais frágil é o da criança, certo? Então para mim não cola a famosa frase: "É meu filho eu sei o que é melhor para ele". Pera lá, uma coisa é a dinâmica familiar e social no qual a família está inserida, outra coisa é não respeitar as necessidades da infância. Falo isso para aqueles casos escabrosos de gente que dá coca cola na mamadeira. bate em bebê e por ai vai.

Agora, outra coisa é a pressão para ser uma mãe perfeita, porque meus caros, essa pressão é em cima da mãe e não do pai (coisa dessa sociedade machista).

Nós mulheres temos que ter mais sororidade umas com as outras, pensem: a quem interessa que nós briguemos uma com a outra por que uma oferece danoninho e outra não? Não existe menos mãe ou mais mãe, existe mãe.

Ocorre que quando nos empoderamos sobre os assuntos que permeiam a maternidade e a infância, nos tornamos naturalmente mais críticas o que faz de nós consumidoras mais seletivas, e é isso que não querem: mulheres empoderadas e críticas, porque aí fica difícil vender a ideia de que um danoninho vale por um bifinho, entende?

Por outro lado, muitas mães acabam se culpando por não conseguir fazer tudo da maneira correta. Eu sou um exemplo, passei por uma crise dessas com a decisão de colocar Marina meio período na escolinha. Porque já tinha lido muito sobre escolarização e socialização de bebês na idade dela (1 ano e 9 meses agora), sei que o ideal seria escolarizar mais tarde, que ela nem aproveita tão bem a famosa socialização, mas eu precisava voltar a trabalhar pela manhã e simplesmente não tinha com quem deixar. Me culpei muito, mas depois percebi que sou a melhor mãe que posso ser.

No quesito escola o que fiz foi procurar uma escola bacana e que permitisse uma adaptação humanizada. Porque em muitos locais os pais não entram e a criança é simplesmente deixada ali chorando até desistir e se conformar "adaptar". A adaptação dela foi melhor que eu pensava, fomos eu ou pai diariamente com ela para a escola e ficamos lá juntinhos durante todo o período de adaptação, depois ela ficou bem por uma semana, na quarta semana começou a chorar quando a gente deixava. Eu sempre entrava com ela, ia para os braços da professora e depois calava, e agora elá tá curtindo a escola.

É fato que cada família é diferente e tem uma dinâmica e realidade social diversa. Beleza quem pode cuidar dos filhos integralmente, não trabalhar, comprar orgânicos e etc Mas se você não pode tudo isso não quer dizer que é menos mãe.

Quando se deparar com outra mulher falando que açúcar é ruim, amamentar é bom, que devemos ter mais tempo para nossos filhos, brincar mais com eles, assistir menos TV e etc, tudo isso sacando um artigo ou texto científico, não se sinta agredida, acredite não é nada contra você ou o modo como cria seu filho, é informação e ela é valiosa. Assim como não é uma agressão pessoal não é uma cobrança, você pode e deve adaptar a sua realidade, as vezes é doido, eu sei, senti e sinto isso as vezes mas a gente supera.

Nem todo mundo mora perto da família, tem grana para pagar uma escola bacana, consegue fazer arranjos no trabalho para passar mais tempo com os filhos, mas todos podemos dar amor, ser empáticos com as crianças, oferecer uma alimentação equilibrada, brincar com os filhos, são adaptações que podemos fazer basta querer.

Não tem fórmula certa, o que dá certo para mim pode ser um desastre para você, mas como diz a canção dos Beatles "All you need is love".