sábado, 23 de fevereiro de 2013

Lidando com o sono dos bebês: diferenças entre o Nana Nené e Soluções para noites sem choro.

Marina nunca foi lá muito dorminhoca, teve uns períodos bem difíceis, acordando às 03:00 da madrugada e permanecendo acordada até umas 06:00 ou 06:30 da manhã. Nesse período comecei a buscar informações sobre como organizar a rotina de sono dela.

O primeiro livro que li foi o Nana Nenê do Dr Estevil, li mas não apliquei o método porque trata-se de uma adaptação do método Ferber, que consiste basicamente em deixar o bebê chorar para que "aprenda" a dormir sozinho.


NUNCA mas NUNCA mesmo eu conseguiria fazer isso, primeiro porque não consigo, eu acho que ia chorar mais que ela, segundo porque ao estudar vi que esses métodos:

1. Não "ensinam" o bebê a dormir, o bebê simplesmente se acostuma a não ser atendido. Pois seu choro (forma de comunicação) não é atendido pela mãe (ou cuidador). Ao contrário do que dizem os especialistas não atender a contento o choro do bebê pode trazer consequências danosas. Explicando melhor: seu bebê não começa a dormir, ele aprende que a voz dele não tem importância e simplesmente desiste, levando ao desamparo aprendido condição que leva o bebê a desistir de pedir ajuda ou achar uma solução para o problema, ele simplesmente aceita. É tão sério que quando querem induzir depressão em animais de laboratório  o fazem por meio do desamparo aprendido.

2. Bebês que sofreram com esse método frequentemente "dormem" a noite toda, mas também desenvolvem com maior frequência transtornos como terror noturno.

3. Bebês simplesmente não estão neurologicamente aptos a dormirem sozinhos, ninguém aprende a dormir como aprende ler. Dormir sozinho (ou conciliar o próprio sono como diz o autor) acontece quando se tem maturidade neurológica para tal, é como andar.

4. O próprio autor admitiu recentemente que o método é CONTRAINDICADO para bebês, dá uma olhadinha na entrevista dele ao jornal El Pais aqui. Isso posto, se até o autor reconhece o erro não tem mais o que falar não é?

Como para mim o Nana nenê não era uma opção fui atras de outras opções. Foi ai que me deparei com um grupo do facebook chamado Soluções para noites sem choro, o grupo é baseado no método do livro homônimo da autora Elizabeth Pantley . Como o grupo dispõe de documentos muito bons resolvi comprar o livro.

A primeira coisa que me agradou é que todos os métodos do livro respeitam o bebê, ela incentiva a amamentação em livre demanda, e trás técnicas para ajudar com o sono dos bebês, mas todas muito gentis, sem traumas.

A metodologia é mais complicada, e demorada. Confesso que não consegui seguir o método totalmente por muito tempo, porém as dicas são ótimas e depois de implementar o sono de Marina melhorou 80% principalmente as sonecas diurnas. Antes ela não dormia uma soneca maior que 30 minutos, agora chega a 1h e 30 minutos. Ela inda acorda a noite, pois é um bebê e isso já é esperado. Ela dá mais trabalho quando está em salto de desenvolvimento ou em pico de crescimento? Sim. Mas notei muita melhora nela.

A autora é bem didática e apresenta os seguintes passos:

1. Conheça seu bebê, os hábitos, como dorme, quando dá sinais de cansaço e quais sinais são esses.
2. Estabelecer rotinas a partir do que você observou com seu bebê (ela dá várias dicas de rotina, bem legais)
3. Estabeleça um plano com as rotinas, o que você vai fazer e as metas;
4. Implemente, e anote os resultados dia a dia (o livro trás os modelos de planilha);
5. Reavalie os progressos periodicamente, elabore novo plano e siga.

Além disso fala sobre:

- Desmame noturno (não é para desmamar, só para reduzir mamadas de madrugadas em crianças maiores);
- Remoção gentil (técnica para o bebê dormir sem necessariamente ter que estar mamando);
- Esclarece sobre a fisiologia do sono dos bebês;
- Fala sobre saltos e picos de desenvolvimento, segurança, ansiedade da separação...

Deve ter mais, mas de cabeça (porque Marina tá no colo enquanto escrevo) é o que me lembro.

Fica aqui a dica: não existem soluções milagrosas! Você pode ajudar estabelecendo uma rotina, dando segurança e carinho, mas seu bebê é um bebê, e acordar faz parte, claro que acordar uma ou duas vezes é diferente de acordar dez vezes e é nisso que esse livro ajudou. No meu caso Marina ainda acorda bastante, mas aprendi que é uma característica dela que se intensifica em algumas fases. Se eu usasse o método nana Nenê ela poderia até "dormir" mais, mas a que custo?


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Lanchinho para bebês: potinhos caseiros de maçã e de pera.

Para mim a alimentação de Marina é coisa séria, por isso mesmo evito ao máximo dar aqueles potinhos industrializados, pois a fruta em si é muito mais saudável além de aguçar o paladar da minha pequena.



Porém para dar uma variada no cardápio dela, sempre experimento coisas novas, a última que fiz foi um papinha doce (já fiz de maça e de pera), é um  lanche saudável e bem gostoso, e que fica com uma textura muito boa para um pequeno ser com apenas dois dentes kkkkk. Pode ser armazenado na geladeira para ser oferecido geladinho, uma boa opção para quando os dentes estão nascendo e o bebê tá enjoadinho.

A receita é muito simples:

Peguei as frutas (fiz com maçã e pera) lavei bem, cortei ao meio (ou do jeito que você quiser) tirei as sementes e coloquei para cozinhar no vapor. Eu aqui em casa uso a cuscuzeira mesmo. 

Quando ficou mole, soltando da casca (para chegar nesse ponto levou em torno de 10 minutos) retirei da panela. Raspei a polpa e depois amassei bem.


Deixei esfriar e daí foi só armazenar em potes limpos e esterilizados. Eu sempre faço para ela comer no mesmo dia, pois tenho medo de estragar, mas dura mais, porém não quero correr o risco :)



Que fique claro que a fruta in natura é melhor, mas essa opção serve para dar uma variada e é bem melhor do que oferecer industrializados. Aqui em casa essas papinhas são sucesso total, Marina come com satisfação.


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A tal crise dos 8 meses (ansiedade da separação): não é que ela existe!

Como todos sabem Marininha tá com 8 meses, e tá que tá, risonha, barulhenta (deu para gritar um monte), engatinha, vai de uma lado para o outro, se levanta apoiada, ama ficar em pé, ama brincar com a mamãe e com o papai, cada dia mais esperta, cada dia mais cuti... Só que também tá mais chorosa, com falta de apetite e com muita, acreditem...MUITA... dificuldade para dormir. E depois da enésima noite mal dormida deu vontade de partilhar mais essa "aventura" materna que é a crise da ansiedade da separação ou angustia da separação.

Mas porque isso acontece? 


Como se sabe o bebê humano nasce muito imaturo durante seu primeiro ano de vida vai construindo e consolidando habilidades que lhe permitirão viver (sentar, andar, comer, etc). Durante essa fase a mãe (ou cuidador substituto) estabelecem uma relação muito próxima, quase visceral com o bebê e garante que todas suas necessidades sejam atendidas. 


Segundo Winnicott o inacabado ser humano quando vem ao mundo se confunde com este. Ainda não tem definido o que é seu corpo, o que ele é, o que é o outro, o que é o mundo que o cerca. Ao sugar ao seio, mais do que olhar para este, o bebê olha para o rosto de quem o está amamentando e quando olha no rosto da mãe o que vê é ele mesmo. O bebê recém-nascido então não diferencia sua mãe dele mesmo, para ele o corpo da mãe é uma extensão de seu próprio corpo.

Aos poucos o bebê vai descobrindo seu corpo, as mãos, pés, inicia-se o desenvolvimento psicomotor ainda rudimentar e assim vai se formando uma imagem  do seu corpo, Lacan (1949) desenvolveu a ideia do estágio do espelho (originalmente postulada por Wallon em 1934), que fala mais ou menos o seguinte: quando olha para o espelho o bebê inicialmente vê um outro, só depois percebe é que ele mesmo está ali. Então primeiro vê o outro, depois esse outro é ele mesmo e dá-se a partir daí um jogo de alternância eu-outro.

É justamente nessa fase (a partir do 6º, com mais intensidade no 8º mês) que o bebê começa a tomar consciência de que ele e a mãe são distintos, essa descoberta lhe traz angustia e medo. É importante ressaltar que para um bebê muito pequeno só existe aquilo que está no seu campo de visão, então quando a mãe não está ele pode realmente ficar em pânico. 

Essa fase leva a criança a ficar mais "grudada" na mãe, gera dificuldades de sono, mais choro e falta de apetite (em alguns), porém não deve ser menosprezada, aqui destaco um trecho do texto da Andreia Mortensen sobre o assunto.

É preciso levar a sério a intensidade dos seus sentimentos. O bebê não está “chatinho”, “grudento” nem “manhoso”. Como a mãe é o seu mundo e representa sua segurança, e como a noção de permanência (ou seja, tudo que está longe do campo de visão) não está completamente estabelecida, essa angústia é muito acentuada. A maioria das conexões nervosas no cérebro são feitas na infância e a maneira com que lidamos com as emoções do bebê tem um efeito profundo em como essas conexões se refletirão na capacidade do bebê lidar com suas próprias emoções quando for adulto. Em outras palavras, experiências na primeira infância e interação com o ambiente são as partes mais críticas no desenvolvimento do cérebro da criança. 

Para lidar com essa fase tão delicada encontrei no livro Soluções para Noites sem Choro  algumas dicas, que pus em prática e tem ajudado:
1. Aumentar os cuidados diurnos com o bebê, dar mais carinho; (Esse não foi nenhum sacrifício ADORO ficar grudadinha com minha Marina)
2. Seguir a rotina de dormir sempre (Por exemplo, a rotina de Marina consiste em: jantar, banho e massagem, musiquinha com a mamãe, mamar e dormir. Só que ela está se negando terminantemente a comer, mesmo assim todo dia faço seu jantar e ofereço);
3. Manter fotografia da mãe próxima ao berço (Essa não precisei por causa da cama compartilhada);
4. Se despedir do bebê ao sair, sempre dar tchau (Tô tentando, doí o coração mas é o jeito, e o pior é fazer isso com cara bonita e confiante que tudo vai dar certo! Vamo que vamo, colocar os dotes de atriz para fora hehe);
5. Demonstrar confiança e alegria ao deixá-lo;
6. Responder rapidamente ao choro do bebê (Isso sempre fiz, porque sou TOTALMENTE CONTRA deixar um bebê chorar sem consolar);
7. Durante o dia faça pequenas separações do bebê, ir a outro cômodo e deixá-lo só mas escutando sua voz para que aos poucos se entenda que você voltará, que continua existindo quando sai do campo de visão dele. Brincar de escode-esconde ajuda bastante nessa fase;
8. Evitar transferência de colo para colo. Apesar dessa ser a prática comum, entregar o bebê ao cuidador no colo, esse simples ato cria ansiedade na criança que sai dos braços da mãe para o de outra pessoa, gera um desconforto físico que só aumenta a ansiedade.
Assim o ideal é fazer a transferência em outro ambiente, como no chão enquanto o bebê brinca, inclua o cuidador nessa brincadeira, você da tchau e sai, esse é o momento do cuidador pegá-lo, aumentar a interação com o bebê.
Pois é meu povo, o negocio é esperar passar, por enquanto vou fazendo o que aprendi com as leituras que tenho feito, e com algumas amigas facebookeanas que encontrei nos grupos de discussão que participo e só por precaução reforcei o estoque de base e corretivo, que aliás tem me sido muito úteis nessa fase. Só assim para não assustar ninguém quando saio de casa.
Recado para Marina: Marininha, mamãe te ama mais que tudo e sabe que essa fase só demonstra que você é uma bebezica saudável, então vou fazendo o melhor que posso. Seu sorrisinho matinal já compensa a noite insone.
Referências:
Livro: Soluções para noites sem choro. Elizabeth Pantley. M Books, 2003.
Livro: O Livro da maternagem: para mães, pais, cuidadores e doulas. Thelma B. Oliveira, Ed Schoba, 2012.




quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Cantinho montessoriano para brincar e aprender.

Quando estamos grávidas uma das coisas mais legais é preparar o enxoval e o quartinho de bebê, são tantas  coisas bonitas, eu particularmente me diverti muito nessa fase. Assim que soubemos que era menina começaram a surgir ideias, e o quartinho de Marina foi sendo organizado sempre por mim e pelo papai que não abriu mão de organizar cada detalhe (confesso que ele foi o maior responsável por quase tudo rsrsrsrs, mas não precisa espalhar né).

O quartinho de Marina foi bem tradicional, com trocador, berço, cadeira de amamentação, cômoda, cor de rosa e branco, com cortininhas, quadrinhos e paninhos tudo combinando. Tudo feito com muito amor para acolher nossa filhotinha. 

Olha ai:




Porém, depois, com o desenvolvimento de Marina, comecei a buscar informações sobre pedagogia, educação, brincadeiras e afins. E como já falei aqui me aproximei muito da pedagogia Montessori e foi daí que veio o impulso de reorganizar (redecorar não porque o bolso não tá aguentando por enquanto) o quartinho dela para que tivesse seu cantinho montessoriano de brincar e aprender.

Mas antes vamos falar um pouco do método Montessori, ele tem como pilar central a liberdade, que permitirá que a criança possa ser e agir, expressar-se, demonstrar suas necessidades. Para tanto é necessário que o ambiente proporcione essa "liberdade" para a criança, devendo, portanto ser adaptado as necessidades e capacidades do pequeno morador.

Chamo atenção para o fato de que a liberdade defendida por Montessori não significa falta de limites, antes disso, significa estimular as crianças a agirem, construírem seu conhecimento de forma responsável em um ambiente adequado. 

Os outros pressupostos são: 

- Estímulo a independência de forma que a criança possa ser estimulada a agir por si; 
- Respeito a individualidade, isso se dá na medida em que se respeita o ritmo e características próprias de cada criança; 
- Adoção de disciplina ativa e consciente, nesse caso a disciplina não é baseada em simples punição e recompensa, é antes de tudo uma oportunidade de aprendizado. Ajuda a criança a se desenvolver interiormente, a construir sua personalidade;
- Desenvolvimento de atividades úteis e construtivas (vão desde atividades da vida cotidiana até atividades de aprendizado);

E por fim e muito importante para esse post um ambiente preparado que proporcione a criança a possibilidade de exercer e executar tudo aquilo que citei antes. 

Um quarto de bebê montessoriano deve então atender a esses requisitos, recomenda-se que o bebê durma em uma cama bem baixa ou colchão no chão, isso para dar autonomia ao bebê (a partir do momento que engatinha) a sair por si só de sua cama e explorar o ambiente. Confesso que isso não fiz ainda porque aqui em casa fazemos cama compartilhada.

Outra coisa é que os objetos como brinquedos devem estar ao alcance para o bebê pegar, manipular a vontade. Os quadros e figuras devem estar na altura do campo de visão do bebê. 

O espelho é outro item essencial, ele serve para estimular o bebê a se auto conhecer, desenvolver auto estima  além de promover o aprendizado pela visualização das atividades do dia a dia. O espelho deve ser colocado na horizontal quando o bebê é recém-nascido, quando o bebê começa a querer ficar de pé deve ser colocado na vertical. Nessa fase é legal instalar junto ao espelho uma barra de apoio para estimular o bebê ficar de pé.

No chão recomenda-se o uso de tapetes de diferentes texturas, serve como experiência sensorial e para delimitar o espaço ajudando a criança a se organizar e aprender que ali é o lugar de brincar, espalhar brinquedos e que é diferente em outros locai da casa.

Olha como ficou (não reparem a foto porque fui eu quem tirou):





A barra de apoio (na verdade é um suporte de cortina reforçado, porque só achei essa tal barra para vender em um site Português, no Brasil não achei nada). Tem uns brinquedos pendurados nela, é para estimular, chamar a atenção de Marina.

O espelho na vertical. Procuramos por um espelho inquebrável por segurança, procurei e vi que tinha que ser de acrílico, porém esse tipo de espelho é caríssimo, ficaria uns R$500,00 um espelhinho de 40 x 80 cm. Daí papai teve a brilhante ideia de comprar um espelho desses de supermercado e mandar colocar uma película daquelas que coloca em carro para evitar que o vidro estilhasse, e foi o que fizemos compramos um espelho comum no supermercado e levamos a uma loja dessas de produtos automotivos. Para ficar mais atrativo a borda do espelho foi coberta com papel contado bem colorido.





Aqui o espaço como um todo, o tapete é de emborrachado (EVA) dá segurança, porque ela não dá de cara no chão toda vez que cai (e cai muito!) e para delimitar espaço como falei antes. Tá faltando ainda um outro tapete com outra textura para melhorar o estímulo sensorial, mas esse só mês que vem rsrsrs.

As figurinhas de bicho na altura do campo de visão dela e os brinquedos que ficam ao alcance dela (no chão, ou na caixa de tesouros ou nos nichos de balde).

E ai não ficou mais legal do quê aquele mar rosa e branco? Pelo menos Marina está curtindo bastante o cantinho dela.

Para finalizar deixo uma frase de Maria Montessori que gostei muito, vale a pena refletir: " ...a criança constrói a si mesma. Há um mestre dentro dela..."









quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Nichos para quartos infantis.

Estou redecorando o quarto de Marina de acordo com o preconizado por Montessori, de forma a transformar o ambiente em um lugar que favoreça sua criatividade e autonomia. 

Um dos pressupostos é que os brinquedos (e outros objetos do dia a dia para as maiores) devem estar ao alcance das crianças, então resolvi realocar o brinquedos de Marina. O problema é que os nichos tradicionais são caros (gente R$50,00 por um único nicho é demais...) e são perigosos, pois tem quinas em que ela pode bater.

Pelas minhas andanças na internet vi uma ideia e pus em prática. não é que ficou ótimo! Trata-se de um nicho formado por baldes interligados (tá bom o que eu vi era chique e não era balde mas era parecido rsrsr).

Então, olha ai como ficou. Compramos três baldes, papai furou dos lados e uniu com nylon, no ponto de encontro dos baldes (atrás) colocou fita dupla face daquelas de pregar coisas na parede.

De frente:


 Detalhe, o nicho superior é só para os livros dela e os dois debaixo são para os brinquedos, assim ela vai separando as coisas aos poucos pois seu senso de organização vai sendo estimulado.


De lado:


Eu gostei bastante do resultado final pois ficou barato (R$21,00 no total, R$ 7,00 de cada balde), fácil de limpar e seguro (desde que o nylon esteja bem preso), pois é leve e não tem quinas. Marina também aprovou porque ela consegue pegar os brinquedos dela quando quer, tá no chão fica da altura dela e é bem colorido, ela ama  colocar e tirar os brinquedos de lá.


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Somos todos culpados.



Estou no meio de um tantão da trabalho, e geralmente aproveito as sonecas de Marina para trabalhar, mas desde ontem a noite que estou angustiada com uma notícia que li em um grupo que participo no Facebook.

A morte de um inocente (nesse caso uma criança de dois anos), por maus tratos e espancamento sempre mexeu comigo mas agora que sou mãe doí, doí, doí no fundo da minha alma. Como já disse aqui me pego projetando, pensando na minha filha ou nas minhas crianças amadas (Léia, Estér, Ana Bela, Gabriela, Natália, Erique, Gaby, Clarina, Ítalo, Luann e Suellen) e se fosse com eles, não dá para aceitar.

Aqui está a matéria na íntegra, não quero repetir fatos tão tristes, mas me pego pensando o que realmente é importante para essa nossa sociedade, de quem é a culpa? Apesar dos avanços alcançados após o Estatuto da Criança e do Adolescente, do trabalho do Conselho Tutelar ainda não conseguimos evitar essas tragédias.

O que acho mais triste é que todo dia muitas crianças morrem assim, mas não gera comoção nacional como foi o caso da tragédia da boate em Santa Maria, não quero aqui dizer que o que aconteceu lá foi menos importante, não é isso. A questão é que aceitamos, me envergonha dizer, mas aceitamos.

O caso de Santa Maria levou a muitas ações do corpo de bombeiros pelo país afora, a interdição de muitas   casas de show; quando cai um avião logo as leis são mudadas, aviões mais seguros são construídos, mas quando morre uma criança dessa forma ninguém discute, ninguém procura se movimentar para mudar as leis, as práticas. Me parece uma tremenda covardia de nossa parte e me incluo ai.

Quem fiscaliza o conselho tutelar? A criança já tinha sido abandonada pela mãe uma vez estava com o pai que pediu vaga em uma creche. Não tinha vaga na creche, estamos em Maceió aqui faz até vergonha a quantidade de vagas nas creches municipais, isso se repete pelo país afora... E mais uma vez de quem é a culpa? A creche é um direito, talvez se ele estivesse lá e não trancado há dois dias com dois irmãos de 11 e 13 anos não tivesse apanhado até a morte. Mas ninguém se manifesta, ninguém faz passeata por mais vagas de creche, por melhores escolas.

Estamos em uma zona de conforto (me incluo ai também) temos com quem deixar nossos filhos, temos um teto, alimentos, esclarecimento pada dar amor e carinho, não dependemos do estado. Claro que a violência contra a criança pode acontecer em vários contextos sociais, mas em muitos dos casos vem junto com uma realidade social e familiar iníqua, falta de tudo inclusive de humanidade, dignidade. Então temos por onde começar!

Sou contra culpabilizar e taxar as pessoas por causa da condição social, então não acho que o problema é o balsa família (na maioria das vezes é até solução), nem a falta de religião (que o digam o filhos de quem segue literalmente os ensinamentos da "vara" da Bíblia), acho que é um conjunto de fatores. Mas acho também que quando uma criança morre ou é espancada assim a culpa não é só do agressor, é de todos, do Estado que não tem instituições sólidas para cuidar com seriedade da questão infantil e de nós cidadão de bem que ignoramos e seguimos nosso caminho como se nada tivesse acontecido.

Estou profundamente magoada, esse menino vivia em Maceió, bem pertinho de mim e eu não fiz nada, claro que eu não sabia, mas não saber é desculpa? Será que não temos que nos meter sim? Nos engajar, fazer o que for possível, sei lá... fazer alguma coisa para que mais crianças possam ser apenas crianças, sem medos, traumas e aflições.

Desculpem o texto triste e indignado, mas precisava falar, sei que é pouco, que não vou mais ajudar esse menino, mas precisava falar. Nesse momento minha filha dá seu cochilo matinal, depois de ter brincado, se alimentado, tomado banho e mamado, e é claro eu ninei até ela dormir, essa deveria ser a realidade de todas as crianças.

"Caro menino de nome não divulgado não te conhecia mas choro sua morte, você tem os mesmos olhos inocentes de minha filha só não teve a sorte de ter sido acolhido em um lar afetuoso. Mas que absurdo não é? Não era para você contar com a sorte era para ser um direito seu! 

Me desculpe, não fiz nada para te ajudar, nós não fizemos nada! Nem seus pais, nem os vizinhos, nem a família, nem o Estado. Espero sinceramente motivar algumas boa pessoas a ajudar outras crianças como você, eu já estou motivada, um pouco perdida, mas espero já, já me achar. Quero crer que você foi para um lugar melhor, não sei se consigo, não acho que isso deva ser consolo! Nada apaga que você teve seu sagrado direito a vida e a infância roubado"

Com pesar,
Sabrina Neves.






terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A maternidade e o encontro com a própria sombra: um livro que mudou minha forma de encarar a maternidade.

Há tempos venho lendo sobre maternidade, criação de filhos e desenvolvimento infantil me informo por meio de artigos científicos (viés de pesquisadora que procura primeiro no pubmed e depois no google - rsrsrs), na internet acompanhando alguns blogs da blogsfera materna, nos grupos de discussão sobre maternidade do facebook e da maneira tradicional com livros.

Tem muitos livros que li e amei, e as vezes bate uma vontade de dar para outras mães, gestantes, amigas lerem e fico me sentindo intrometida, então decidi me aventurar postando dicas de livros sobre maternagem aqui no blog, só dicas mesmo porque não me sinto capaz de fazer uma crítica completa.

De cara vou falar do meu preferido: A maternidade e o encontro com a própria sombra da Laura Gutman. Esse livro mudou minha visão sobre maternidade, fiquei tão impressionada que li duas vezes seguidas (liga não mania de gente doida).

A Laura Gutaman é psicoterapeuta familiar, é argentina mas se formou na França. O livro inicia falando da teoria da sombra e da fusão emocional que existe entre mãe e filho. Para ela mãe e filho separam-se fisicamente no parto mas continuam fundidos emocionalmente, pois o bebê ainda não começou a desenvolver seu intelecto e por isso conserva suas capacidades intuitivas e emocionais, além de encontrar-se absolutamente conectado a mãe. Esse bebê vive como se fosse dele tudo que a mãe sente . Mais para frente ela explica a teoria da sombra que foi desenvolvida por Jung, de forma simples a sombra é constituída das partes desconhecidas de nossa psique, essa "sombra" existe em cada um de nós e é desenvolvida a partir da infância, nela estão as características, sentimentos, experiências que deixamos "embaixo do tapete".

Como as crianças são seres fusionais (repara que só por volta dos dois anos começam a se referirem a si como indivíduos separados, usando o eu, isso é meu, eu quero isso...) e estão em íntima fusão com a mãe (ou cuidador principal) elas conseguem sentir até o que negamos, e isso se reflete em seu comportamento e as vezes até em sua saúde.

Nessa perspectiva a autora fala sobre o parto, a lactação, a fusão mãe e bebê, a comunicação com as crianças, sono, desfralde, a maternidade e o trabalho e o papel do pai nisso tudo. O texto é fluido e agradável e ela exemplifica relatando casos de pacientes que acompanhou.

Para mim foi um divisor de águas pois pude perceber que muito do comportamento de Marina, estava ligado ao meu comportamento, e passei a respeitar muito mais cada necessidade dela e a cuidar melhor da "minha sombra" para que eu pudesse estar inteira e disponível para ela.

A Laura Gutaman tem uma fan page no facebook olha aqui! Ela tem muitos livros que eu tô doida para ler mas são difíceis de encontrar no Brasil, por enquanto me contento com os textos dela disponíveis lá.

Importante: Quero deixar claro que não estou ganhando nada para divulgar os livros, não tenho relação comercial com ninguém e nenhuma empresa. Só estou querendo partilhar as boas experiências literárias que tive, até porque a livraria tá cheia de livros sobre maternidade, mas achar livro bom não é assim tão fácil.



segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O dilema da Galinha Pintadinha

A música é uma parte importante da minha vida, e acho que ela ajuda e muito na socialização e desenvolvimento dos pequenos, porém não tinha parado ainda para refletir sobre a qualidade de alguns CDs e DVDs infantis. Eis que em um grupo do facebook que eu participo surge uma discussão em torno da tal Galinha Pintadinha, umas crussificando e outras defendendo.

Particularmente eu não acho ruim não, pois são canções de roda tradicionais, eu já sabia todas porque cantava na infância, para mim o grande problema é o marketing abusivo por detrás de um material desses. Outro problema é que muitas pessoas deixam a criança assistindo DVD por muito tempo chegando a substituir as brincadeiras com seus filhos por esses produtos.  


Então acho que cabe aos pais dosarem a questão do consumismo, assim como dosarem o tempo de exposição a esse tipo de mídia. É claro que para fazer isso precisa está presente, precisa participar da vida do filho. Ou seja, o problema não é a música em si, mas a ausência dos pais. Desculpem a sinceridade  mas acho isso mesmo, comprar um monte de brinquedos e DVDs não é ser pai ou mãe, é estimular o consumismo e ensinar que coisas são mais importantes que relações humanas.

No caso de minha filha, ela tem só 8 meses, não tem idade para assistir TV, pois o estímulo visual é demais para seu cérebro em formação, de forma que ele ouve muito mais as músicas e assiste quase nada. Digo quase nada porque as vezes o papai põe musiquinhas no youtube para ela, mas comigo é só no CD rsrsr.


Outra coisa que acho legal é dar uma educação musical aos filhos, então é bom que eles também escutem as músicas dos pais. Pensem que péssimo uma casa em que a única música que se ouve é a da Galinha Pintadinha.   Foi assim comigo, eu amo Vinícius de Moraes por causa de um vinil do meu pai, amo Chico Buarque pelos belos molhos dele porque minha tia escutava. Adoro a Arca de Noé porque ganhei quando criança e escutava muito. Pausa para um segredo cavernosos rsrsr, meu passado me condena: eu escutava Xuxa também, porém não foi isso que ficou na minha educação musical. O que fica geralmente está ligado a um contexto muito maior.

Como Caetano diria é proibido proibir (exceto funk e qualquer coisa relacionada a palhaço) acho que vou adotar a postura de deixar ela ouvir as musiquinhas da moda quando ela pedir (me contorcendo toda por dentro é verdade, mas deixarei tentarei rsrsr),  porém também vou dar educação musical, dando outras opções. Tem tanta coisa legal, a Galinha Pintadinha é fofa, mas tem muito mais coisa por ai, porque limitar?

Das antigas:

Arca de noé I e II (A de Vinícius de Moraes viu gente);
Os saltimbancos;
Os saltimbancos trapalhões;
Ratimbum;
Víla Sésamo.







Instrumentais:

Música clássica em geral;
Coleção de rock versão canção de ninar (essa Marina escutou muito);
Bossa nova...

Novas:
Palavra cantada;
Adiana Par-tim-pim;
Cocoricó;
Música de brinquedo;
Pequeno cidadão do Arnaldo Antunes;
Toquinho no mundo da criança

As menos conhecidas, mas muito boas:

No dorso do rinoceronte http://www.nodorsodorinoceronte.com.br/ 

Gente esses são apenas alguns que lembro agora de cabeça, tá vendo quanta opção? Nada contra a Pintadinha, acho ela muito fofa, mas para que limitar? Além dessas todas apresente seu filho a boa música brasileira e internacional e curta muito com seu pequeno :)

Off: Patati e Patatá eu nunca ouvi porque DETESTO tudo que é palhaço, olha ai o problema... trauma a superar pela filhota? Quem sabe né...

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Extero-gestação e o sono dos recém-nascidos.


Dia desses estava colocando Marina para dormir e parei para pensar nas mudanças que aconteceram desde seu nascimento, ela já dormiu de tudo que é jeito, mamando, sendo ninada na cadeira de balanço, rede, nos braços, deitada do meu lado comigo dando uns tapinhas ritmados no bumbum dela enquanto cantava... mudou muito! Daí lembrei que até os três meses o que salvou a galera dessa casa foi eu ter posto em prática as técnicas da teoria da extero-gestação.

A técnica se baseia na informação de que nos primeiros 3 meses de vida, o bebê humano é imaturo demais, pois devido ao nosso cérebro grande boa parte do nosso desenvolvimento cerebral acontece depois do nascimento. Assim, precisamos fazer quase tudo pelo bebê, inclusive acalmar e adormecê-lo. 

No ventre materno o bebê tinha todas as suas necessidades supridas e vivia em condições bem específicas: ele estava envolvido pela parede uterina e ficava aquecido e apertadinho, sendo balançado para frente e para trás a cada movimento da mãe, em um ambiente com barulho estático constante (barulho dos órgãos da mãe) que é uma especie de chiado. A teoria é que ao reproduzir essas condições obtemos do bebê uma resposta neurológica que leva a ao reflexo calmante, a partir daí desenvolveu-se 5 passos para ajudar a obter essa resposta, seguem os passos:



1. Fazer um Pacotinho do seu bebê - consiste em embrulhar o bebê apertadinho. Para você pode parecer agoniante, mas eles gostam, além de impedir que mexam bruscamente braços e pernas se assustando (isso acontece com certa frequência). É claro que o pacotinho não substitui o colo da mãe, bebezinhos precisam muito de colo, mas é uma boa pedida para a hora de dormir.

Aqui em casa o pacotinho era sucesso total, teve até um tempo em que Marina só conseguia dormir assim, e para acalmá-la nas crises de choro também foi uma ótima pedida.

Passo a passo de como enrolar o bebê.

Aqui tem um Vídeo ensinando a enrolar o bebê. dá uma olhada que ajuda :)

2. Posição de Lado - Essa ai eu não usei porque a recomendação atual e colocar para dormir de barriga para cima. Porém tenho que concordar que a posição de barriga para cima é estranha para o bebê uma vez que o ele passou nove meses na posição fetal com a coluna encolhida e os joelhos contra a barriga. Marina de vez em quando se assustava por causa da posição, mas diante do risco mantive a decisão de deixar ela dormir de barriga para cima quando estava no berço. 

Eu colocava muito Marina de lado quando estava no colo ou sling, e por muitas vezes ela dormiu assim no meu colo. A orientação para acalmar o bebê é segurar de lado ou com a barriga tocando os braços do adulto (a cabeça fica na mão do adulto, o bumbum encostado na dobra do cotovelo, com braços e pernas livres, pendurados). 

Foi nessa fase que ganhei o poush sling da minha amigona Débora e ele é ótimo para isso, Marininha amava e tirava altos cochilos la. 


3. Usar ruido estático e repetitivo tipo Shhhh Shhhh - e o engraçado é que fazemos esse ruido meio que instintivamente para acalmar bebês não é? Basta faser shhh a uns 10-20 cm de distância dos ouvidos do bebê, pode ir aumentando o "shh" até ficar tão alto quanto o choro do bebê. 

Podemos usar ruídos estáticos,tipo estação de rádio fora do ar. Maridex até brincava porque nós nos preocupamos em ter um sonzinho com CDs infantis no quarto dela e o que ela mais gostava era de ouvir o rádio fora de estação KKKKKK. Não tô brincando não, tem até CD com som estático para vender, mas vai por mim rádio fora de estação funciona que é uma beleza.

4. Balançar ou ninar - no útero seu bebê estava em movimento quase o dia todo, pois sempre que você se mexia ela mexia junto, ai depois que nasce é colocado em um berço parado... é claro que ele  vai estranhar.

O Movimento rítmico acalma os bebês, por isso é que instintivamente balançamos nossos bebês ou damos tapinhas ritmadas em suas costas ou bumbum para ninar.

Aqui usamos muito o sling, nosso braços, a cadeira de balanço (que foi F-U-N-D-A-M-E-N-T-A-L nessa fase), e por fim a rede que é usada até hoje (somos todos um pouco índios afinal).

E é bom lembrar que seu bebê é frágil, que deve balançar de leve de modo a proteger a cabeça, para evitar a síndrome do bebê sacudido.



5. Sucção - essa é uma necessidade real de todo bebê humano, por isso chupam dedo naturalmente assim que conseguem controlar o braço. Porém essa necessidade também existe no RN, só que ele não consegue levar a mão para a boca, daí entra a amamentação em livre demanda como forma de alimentar e acalmar o bebê.

Muitos oferecem chupeta ao bebê, ela pode até servir, porém tem (ao meu ver) mais malefícios que benefícios, o primeiro é que pode atrapalhar a amamentação, e o segundo é que pode prejudicar a arcada dentária de seu filho, além do uso da chupeta está ligado a maior incidência de doenças diarreicas e infecções em bebês.


Aqui em casa usei o método tradicional, foi (e continua sendo) amamentação em livre demanda, com o tempo aprendi a reconhecer quando Marina queria mamar e colocava ela no seio o mais rápido possível.

Por aqui ajudou demais, até porque minha menina Marina  nunca foi uma bebê dorminhoca e tranquila, então precisava (precisa) muito que nós (eu e o papai) a acalmemos e a coloquemos para dormir, para nós foi uma grande ajuda.