domingo, 24 de março de 2013

E com vocês: O livro da maternagem.


Faz tempo que estou querendo falar desse livro aqui no blog, mas a vida tá corrida, corrida demais e eu só queria fazer o post depois que tivesse lido o livro todo, enfim ... hoje terminei :)

Para falar do livro primeiro tenho que falar da comunidade "Pediatria Radical" que nasceu no Orkut e agora também está no Facebook, e tem como mãe a Pediatra Thelma Barnadete ou Dra Relva como é mais conhecida. Segue um trechinho que retirei do livro, ele explica bem o que é essa comunidade:

"Pediatria Radical é uma comunidade voltada para mães, pais e cuidadores, feita pela troca de experiência de uns com os outros e de todos com as moderadoras, num ambiente facilitador, que resulta em aprendizado mútuo e dinâmico"

E é bem isso mesmo! Eu não fiz parte da comunidade original, pois na época nem pensava em ser mãe, mas acompanho a página do facebook e já entrei nos arquivos disponíveis do orkut, é muito rico, muito esclarecedor com textos ótimos. E por isso mesmo quando soube do livro corri para o nootbook e encomendei o meu, fiquei toda feliz e pimpona quando chegou pelos correios kkkk.

Passei o último mês lendo, aos pouquinhos, me deliciando como criança que não quer terminar logo a sobremesa. O livro tem textos de vários autores e foi organizado pela Dra Relva,segue a lista de alguns dos temas tratados:

- Gravidez e parto;
-Amamentação;
- Colo, embalo, acalanto;
- Cuidados com a criança;
- Alimentação da criança;
- Hora da escola;
- Mães, pais e filhos;
- Fantasia e realidade;
- Obesidade infantojuvenil;
- Papel social da pediatria;
- Sexo e infância.

O livro tem textos muito bons, curtos e diretos que são organizados segundo o tema do capítulo que fazem parte. Pessoalmente, acho que esse livro é um marco, pois passa por temas que até então eram um pouco esquecidos por livros do gênero. Vale a pena a aquisição, pois além do conteúdo ser muito bom a forma como aborda a questão da maternidade se aproxima muito mais com o estilo de maternagem com que me identifico.









terça-feira, 19 de março de 2013

Quando é que os valores foram invertidos e ninguém me avisou!?


Mais uma vez me deparo com a notícia que uma mãe foi proibida de amamentar seu bebê, dessa vez foram duas, uma no espaço infantil da livraria Vila em São Paulo e a outra no Instituto Ricardo Brenand em Recife (que feio!), essas notícias me entristecem muito, não só pelo constrangimento em si que essas mulheres passaram mas pela inversão de valores da nossa sociedade. Me parece que o natural não é o correto e sim o artificial.

Não, essas mães não estavam com os seios expostos para quem quisesse ver, estavam amamentando seus bebês. Eu mesma já amamentei Marina em Shoppings e em restaurantes, sem mostrar meus seios, até porque sou muito envergonhada, então cubro com uma fraldinha ou ela mama no sling, e posso garantir que a maioria das mulheres faz isso. Não estamos querendo exibir nosso belo corpinho como fazem as rainhas de bateria, as mulheres fruta, as animadoras de auditório em programas exibidos na TV aberta em horários permitidos para crianças....Não! Ao contrário, estamos A-L-I-M-E-N-T-A-N-D-0 nosso filhos, só isso!

Para mim isso parece mais uma inversão de valores, mamar não pode, sacudir a bunda em um shotinho minúsculo é lindo! Nada contra quem sacode sua bunda, cada um faz do deu corpo o que quer.

Inversão de valor 1: Amamentar é feio mas mostrar a bunda é bonito.

Na minha experiência com maternidade tenho visto esse tipo de inversão todo o tempo, e o pior é que as pessoas não tem nem pudor de se meter, exemplifico:

Como carregar seu filho: Quando carrego Marina no sling ouço muito: "Coitada tá toda espremida ai, isso deve ser ruim para ela!" É ou não é muita cara de pau! E acreditem já ouvi isso mais de 10 vezes, inicialmente ia eu toda paciente explicar que era mais ergonômico... agora me limito a fazer minha melhor cara de alface e seguir adiante. Fazendo o contraponto, nunca vi ninguém falar para uma mãe que carrega seu filho no carrinho de bebê: "Coitado, ele tá ai tão sozinho pega ele nos braços para ele interagir melhor com o ambiente!.

Inversão 2: Levar o filho nos braços ou sling não pode, melhor é deixar no carrinho de bebê ou bebê conforto.

Alimentação: Ontem na natação de Marina aconteceu um fato curioso, ela tinha comido pouco no café da manhã então levei uma banana para ela comer antes da natação. Então descasquei a banana e comecei a dar a ela, ela tava tranquila mordendo, mastigando e engolindo muito bem e obrigada (mamãe fica todo coruja vendo ela comer assim rsrsrs), mas daí começou a juntar gente, comecei a escutar: "Mas ela não engasga?", "Ela é muito pequena, você devia dar a fruta amassadinha...", "Que maldade..." e toda a sorte de pitacos. Olhando a situação inversa,0 nunca vi ninguém dizendo para uma mãe que dá comida liquidificada ao filho: " Olha, experimenta amassar ou cozinhar bem e dar inteiro porque o bebê precisa aprender a mastigar". 

Inversão 3: Alimentar o bebê naturalmente estimulando a mastigação é maldade, mas dar comida liquidificada é muito bom.

Alimentação (novamente): Quando falo que Marina nunca comeu farinha lactea ou mucilon, nem danoninho e nem leite integral as pessoas se assustam, porque "toda criança precisa". Fico me perguntando, precisa de quê? De açúcar, é? Daí quando falo que ela come inhame, macaxeira, batata doce eu sou louca porque é comida muito "forte" para ela kkkkkk.

Inversão 4:  Alimentar seu filho com industrializados é muito bom, mas se for oferecer tubérculos, frutas e legumes muito cuidado pode "ofender".

Sono dos bebês: Sim faço cama compartilhada, só que para a maioria isso é quase um crime! Principalmente os "especialistas", ouço o tempo todo que estou acostumando ela mal, que ela tem que ser independente (é a independência do bebê ou morte!!!!!) mas quando uma mãe diz que deixar seu filhos chorar desassistido (já ouvi mães relatando isso mais de uma vez) isso é bom, porque o "bebê é um serzinho manipulador que usa o choro para conseguir o que quer (ai, meus sais!)".

Inversão 4: Se seu filho dorme a noite toda você é boa mãe (na verdade você é sortuda), mas se você faz cama compartilhada e ou amamenta a noite está "acostumando mal" seu filho.

Com esse post não quero ofender ninguém, até porque não acho que minha forma de maternar é superior a de ninguém. Entendo que o cuidado com os filhos acontece num contexto social, cultural e familiar muito amplo e não creio que possamos julgar as pessoas sem conhecer todo o contexto. Não julgo uma mãe que não amamenta, sua maternidade não é resumida a isso, porém fico muito incomodada com o julgamento que fazem de mães que adotam uma postura de maternidade um pouco "diferente" dos padrões ditos sociais, como eu. 

sexta-feira, 15 de março de 2013

Dica de Móbile Montessori para fazer em casa.


Os móbiles disponíveis no mercado são lindos, mas pouco funcionais para recém nascidos, pois bebês ao nascer são funcionalmente cegos, gradativamente seu olhar se estabelece e progressivamente se aprimora. Inicialmente os bebês apresentam preferências por contornos pronunciados, com forte contraste claro-escuro e ricos em detalhes. 

Nessa fase os móbiles devem oferecer contraste, por isso, é preferível que sejam em preto e branco. Além disso devem fornecer um ponto de foco (um ponto de destaque para o bebê fixar o olhar), isso para ajudar a desenvolver o foco visual e o tempo de atenção do recém nascido.

Como já falei recentemente fui tia mais uma vez,  e como estou meio que mergulhada na pedagogia montessori, procurando sempre novidades para Marina fui buscar informações sobre os móbiles de inspiração montessoriana. Acabei achando o móbile Munari, projetado pelo arquiteto italiano Bruno Munari e que tem tutorial disponível na internet aquiEsse móbile é branco e preto, composto por figuras geométricas e uma esfera transparente. Ele deve ser pendurado a uns 8-10 centímetro da cabeça do bebê.

Fiz com cartolina, encapei com papel contact, meu grande desafio foi achar a tal esfera... o jeito foi improvisar com uma bolinha dessas de lembrança de aniversário.




Tive alguma dificuldade com o tamanho e disposição das peças, porque se ficar errado, o móbile não fica equilibrado. Como eu não tenho lá muito talento (só boa vontade mesmo) penei um pouquinho. O que me ajudou bastante foi esse site aqui ele tem o tutorial com as medidas detalhadas (tá em francês, mas tá bem passo a passo explicadinho mesmo, dá para entender).

Olha ai a imagem que peguei do site: http://www.lecoinmontessori.com (o link tá acima):



Olha como fica o móbile:



Outra opção é procurar figuras preto e brancas, imprimir e colar em cartolina. Dá para fazer um móbile adequado para seu RN, fica bom também, olha ai uma ideia que peguei, não ficou lindo!



Por fim compartilho um vídeo do youtube de um bebê interagindo com seus móbiles (ele já é maiorzinho e aparece com dois móbiles diferentes, o Munari e os Octaedos que são indicados para bebê um pouco maiores) olha que bebê mais fofo, é o Theo. Tomei a liberdade de pegar o vídeo do youtube porque não resisti ele é cuti cuti demais! Mas se a mamãe do Theo não gostar é só entrar em contato comigo que eu retiro.


terça-feira, 5 de março de 2013

O dia em que mamãe chorou com "eu não existo longe de você"

Eis que estou eu aqui em casa, trabalhando de uma nova forma, em pé com o computador apoiado na cômoda de Marina enquanto ela brinca no seu quartinho, som ligado, uma corrigida de trabalho aqui, uma olhada no bebê acolá... paradinhas para beijinhos e assim vai. (Incrível que consigo trabalhar assim, antes isso seria impensável, o que a maternidade não faz).

Daí ela ficou chorosa e eu resolvi pegar no braço para dançar com ela, começa a tocar "Eu não existo longe de você" a música é da dupla Claudinho e Bochecha, mas estava tocando Adriana Partimpim. Comecei a dançar com ela nos braços e do nada veio o choro, não um choro de tristeza ou de desespero, ao contrário um choro de felicidade, de amor, de carinho, de gratidão.

Não estou triste, cansada (mentira! cansada tô sim mas já acostumei com as noites insones e os dias cheios), nem na TPM, acho que chorei realmente de gratidão, porque a vida com filhos é realmente trabalhosa, mas é tão, tão gratificante. Posso usar mil palavras aqui para tentar expressar, mas só vou conseguir chegar um pouco próxima do sentimento que me invade. Na falta de talento poético fico com Vinícius de Moraes e seu Poema Enjoadinho (em parte porque filhos acho melhor tê-los kkk)

Filhos... Filhos?
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

E para finalizar esse micropost fiquem com Adriana Partimpim, que está nas paradas de sucesso da rádio Marina kkkk



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sexta-feira, 1 de março de 2013

E a vida se renova...

Essa semana nasceu minha sobrinha Ester, com o nascimento dela emoções e sentimentos que estavam guardadinhos, quietinhos vinheram a tona.

Faz três anos que nossa família sofreu grandes perdas, primeiro (em 2009) minha Cunguinha (Pole, ou Socorro para alguns) que foi de forma dolorosa e repentina, o que me deixou uma sensação de impotência diante da vida. Cunguinha é uma mulher maravilhosa, amável, carinhosa e dedicada ao extremo àqueles que amava, eu tive a sorte de ser uma dessas pessoas!

Depois, em 2010, foi o momento de dar adeus a matriarca da família, minha voinha , Dona Amélia. Ela era o guia de todos, ao contrário da maioria das famílias, a nossa desde sempre (desde 1953 para ser exata) é matriarcal. Ela, Dona Amélia mantinha todos unidos, sabia ser muito doce, principalmente para os netos, e muito severa também. 

Após essas duas perdas, ficamos um pouco sem rumo, parecia que tudo tinha se acabado. E foi assim que nesse mesmo ano Léia, filha de meu irmão, nasceu, ela foi a primeira dessa nova geração. Me peguei sendo tia, e curtindo muito, apesar da dor das perdas a existência de Léia foi um balsamo para todos.

Em 2012 foi minha vez, Marina chegou e trouxe ainda mais alegria, a tristeza pelas perdas ainda existia, aliás, em momentos como esse me pego sempre pensando como seria bom se elas estivessem aqui, ficariam tão felizes com as meninas... Sei que esse pensamento é muito egoísta, mas é inevitável, sempre penso mesmo.

Ainda em 2012, eis que do nada, sem planejamento Belzinha engravidou! E esse ano (2013) Belzinha acabou de me dar minha segunda sobrinha, Ester nossa estrelinha, é a vida nos surpreendendo :)

Agora temos três pequenas em nossa família, Léia, Marina e Ester, deixamos (eu e meu irmão) de ser só filhos, somos pais! Meus pais agora também são avós! O ciclo se renovou :) Nunca vamos esquecer das pessoas amadas que se foram, elas influenciaram quem sou e vivem um pouquinho em mim, mas temos três vidinhas novinhas em folha para cuidar :)

Agora sou eu quem vai atrás de ovos de páscoa, arrumar a casa para o natal, fazer bacalhau da semana santa... agora sou eu que sou "a adulta", que devo ter responsabilidade, eu é que dou colo, educo, alimento. Aceito de bom grado meu novo papel, justamente porque ele é maravilhosamente diferente do papel anterior.

Léia, Marina e Ester, vocês ainda não sabem, mas são responsáveis por fazer tudo mudar, tudo se reorganizar se acomodar. Temos muito a fazer se quisermos dar  vocês uma infância tão boa como a que tivemos, estou comprometida a  fazê-lo. Obrigada por estarem aqui!

- Léia, você é a princesa mais carinhosa da tia;

- Marininha, mamãe te ama mais que tudo e adora que você esteja cada dia mais molequinha;

- Ester, como seu nome diz você é uma estrela. Ou melhor, é a cereja do bolo, veio melhorar o que já estava bom.