segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O que que tem na sopa do neném?

Transgênicos, e ai? Quem se arrisca?


Sempre que escuto a música Sopa (do Palavra Cantada) lembro de minha sobrinha Léia, é muito engraçada a reação dela ao inventarmos ingredientes inusitados ou escatológicos para por na sopa, ela sempre faz cara de nojo e grita éca!!!! E morre de rir, uma risada gostosa pra danar.

Acho que essa seria a reação da maioria das pessoas (sem as risadas) se soubessem mais sobre os alimentos que consomem e que dão para seus filhos. Uma questão que vem me preocupando é a invasão de transgênicos nas prateleiras do supermercado. Dia desses deu vontade de comer cuscuz, fui comprar fubá e todos, repito TODOS tinham o infame T de transgênicos, voltei para casa deprê. Que mundo é esse, temos que tomar cuidado até com um simples cuscuzinho.

Mas o que é um alimento transgênico? 


Bom basicamente é feito o seguinte: pega-se uma espécie vegetal, como o milho, separam-se as células, suas membranas são rompidas (com laser) até que se chegue ao seu DNA, nesse momento gens de outros organismos (Bactérias por exemplo) são agreados ao DNA da planta. A finalidade disso tudo é tornar a planta mais resistente a pragas e a herbicidas, além de aumentar a produtividade.

E qual é o problema? 


Primeiro, os transgênicos por serem mais resistente aos herbicidas (glifosfato principalmente) recebem uma dose maior desse produto que é comprovadamente carcinogênico (aumenta a chance câncer), sobre esse assunto tem um texto com boas referências aqui.

Segundo, a própria semente transgênica por si só apresenta risco, é uma questão de bom senso, se a planta recebe uma agressão dessas e tem seu código genético alterado não dá para saber o que pode causar o consumo desses produtos a longo prazo. Ou melhor, até dá sim em 2012 saiu a primeira pesquisa que tentou medir o efeito do consumo de transgênicos em seres vivos, no caso pobres ratinhos. Aqui tem o link do artigo original de Séralini GE, et al, 2012, basicamente os autores separaram três grupos de ratos e alimentaram um grupo com milho transgênico, outro com milho transgênico tratado com herbicida a base de glifosfato e um terceiro com milho normal tratado com herbicida.

O resultado é que os ratos que consumiam milho transgênico tratado com herbicida sofreram incidência maior de tumores (cerca de 80% mais), e isso afetou mais as fêmeas. Além disso os resultados demonstram claramente que os níveis mais baixos de formulações herbicidas induziu a pertubações renais,glândula pituitária e hepáticas. Mesmo os ratos que consumiram o milho sem herbicida, mas que era transgênico apresentaram tais alterações.

Terceiro, a questão comercial, ou melhor a injustiça social, comercial, a safadeza da agroindústria e dos governos. Vejam bem, as sementes transgênicas são patenteadas e a empresa que detém quase a totalidade dessa patentes é a Monsanto uma corporação by Tio San. Essa empresa tenta desqualificar estudos e pesquisas contra os OMG, aqui e aqui temos o link para o site da Monsanto e para um dos blogs citados por ele como referencia. Por outro lado o Greenpeace tem opinião totalmente contrária, sendo veementemente contra os transgênicos e informando os porquês. 


Quer dizer que eu consumo transgênicos?


A resposta mais provável é que sim! Muita informação não é? Mas se você resistiu até aqui continue um pouquinho mais...

Saiba que se você oferece uma simples papinha Cremogema está oferecendo transgênico, além é claro de muito açúcar e caloria vazia, mas isso é assunto para outro post. Você também encontra transgênico em quase tudo que é de soja, como o famoso óleo de soja, em salgadinhos (tipo fandangos), todos os derivados de milho exceto o milho de pipoca, fermento químico, várias marcas de biscoito recheado e por ai vai, seguem algumas fotos que vão ajudar.

Esse simbolo ai indica que o alimento possui transgênicos em sua composição, então convém observar o rótulo.
Simbolo dos transgênicos.

Alguns exemplos:




E ai? Chocados? Pelo menos eu fiquei... mas não para por ai. Muitas empresas querem na verdade é retirar essa identificação da rotulagem, para isso já tem até projeto de lei rolando e muita pressão dessas grandes corporações para influenciar nosso laborioso legislativo. O tal projeto é de autoria do digníssimo Sr deputado Luiz Carlos Heinze PP/RS.



E o que eu posso fazer?


Antes de tudo informar-se, por isso seguem alguns materiais bons que achei nas minhas pesquisas:

Cartilha do Greenpeace o verdadeiro, ela tem a lista dos principais produtos que contém transgênicos, é um bom referencial.
Cartilha do IDEC sobre transgênicos, explica de forma bem didática o que são, fala um pouco sobre os riscos e sobre o direito a informação.

Tem também o Abaixo assinado do IDEC (Instituto de defesa do consumidor) contra o projeto de lei que quer retirar a identificação do transgênicos dos rótulos, quem quiser assina.

Depois preferir alimentos o menos processado possível, no melhor estilo faça você mesmo. Procurar por produtos orgânicos, nos grandes supermercados sempre tem uma seção específica caso não tenha feira de orgânicos próxima a sua casa. E finalmente ficar bem atento aos rótulos.

Gente, depois que acabei de escrever isso tudo (enquanto Marina dorme) me achei doida varrida. Mas sabe de uma coisa? A maternidade, a existência dessa bebezinha (linda, fofa e esperta da mamãe coruja) me fez muito mais crítica, antes nem me preocuparia, mas sou responsável pela vida dela. Como poderia simplesmente deixar para lá e colocá-la em risco? Os críticos vão dizer que os estudos não são suficientes, que não dá para provar que faz mal, mas para mim basta não conseguir provar que faz bem, só isso já é mais que suficiente para que eu não queira arriscar a vida da minha filha e nem a minha que quero estar aqui para cuidar dela enquanto ela precisar e para babar meus netos, se ela resolver ser mãe também.