terça-feira, 2 de setembro de 2014

O Poder do discurso materno

Ando muito reflexiva nos últimos tempo, sem muita inspiração para escrever aqui, mas andei lendo um bocado de coisa boa, então vão sair uns posts com dicas de livros legais.

O primeiro e meu preferido é O Poder do discurso materno da Laura Gutaman, mesma autora de A Maternidade e o encontro com a própria sombra, do qual já falamos aqui.

Nesse livro Laura conta como se dá o processo terapêutico de construção da biografia humada, método esse que ela desenvolveu e utiliza em sua escola na Argentina.

Laura inicia seu livro falando de como ocorre o processo terapêutico de construção da biografia humana e como se dá o processo de formação dos profissionais que trabalham com ela. Depois se detém a nos explicar sobre como se dá o processo de formação de nossa identidade, ela fala que todos nós só conseguimos nos lembrar conscientemente daquilo que foi nomeado por alguém, assim  nos vamos aprendendo quais nossos defeitos, qualidades isso vai influenciar a forma como nos enxergamos no mundo e assim acabamos por criar um personagem para "vestir".

A grande questão é que, a criança tende a levar em alta conta o que seu cuidador (em grande parte a mãe) fala sobre ela, então ao escutar a "mamãe" falar que ela é levada, preguiçosos, inteligentes, responsável, irresponsável... a criança acaba assumindo essa qualidade como parte de seu personagem e isso vai refletir na forma como ela se insere no mundo.

No entanto tudo que não foi nomeado para nós na infância, como por exemplo quando uma criança sofre com abuso sexual e não a explicam o que aconteceu, não dizem que a culpa não é dela, que ela foi abusada e simplesmente abafam o ocorrido, essa criança pode nem sequer lembrar conscientemente do abuso, mas o sofrimento existe, ela só não sabe o que é. E tudo o que nos incomoda e não conseguimos trabalhar conscientemente e relegado a nossa sombra.

Laura exemplifica como o poder do que nos foi dito durante a infância pode influenciar o nosso eu adulto, nos causar sofrimento, para tanto se utiliza da descrição de casos, desde os mais comuns, como o abandono afetivo, até abuso sexual na infância.

Mas como no processo terapêutico é importante descobrir a verdade por trás do personagem que cada um de nos carrega, os terapeutas abordam cada caso buscando encontrar nos fragmentos de memória, no dia a dia da infância e no discurso materno (o que mamãe dizia sobre mim). E iniciam tudo buscando identificar o nível de maternagem que a pessoa recebeu. Pois segundo a autora a consciência se organiza segundo o amparo ou desamparo recebidos.

Nesse caso o papel do terapeuta é justamente pegar esses fragmentos, organizar e expor ao individuo a realidade, ou seja a diferença entre o personagem que lhe atribuíram na infância e o que realmente existe de fato. 

O livro não é um guia ou manual de como lidar com filhos, educar ou coisa similar, é muito mais, nos abre os olhos para como nós acabamos repetindo modelos, ou ainda, assumimos para nós os rótulos que nos foram atribuídos, e como isso vai refletir na nossa vida.

Em fim, leitura prazerosa, e muito boa para quem se preocupa em criar filhos emocionalmente saudáveis. 




terça-feira, 19 de agosto de 2014

A festa do Sorvete

Minha sobrinha Léia fez recentemente 4 anos, e pediu uma festa de aniversário. O tema foi escolha da própria aniversariante que perguntada sobre que coisa mais gostava prontamente disse: sorvete!

Daí saiu a festa, cuja decoração foi toda feita pela mamãe com ajuda do papai e da titia aqui. Foi uma festa linda e inspirada, vamos as fotos:

Aqui a mesa do bolo, que simulava uma banca de sorvete. Nessa foto temos os detalhes, os cones e caixinhas foram feitos pela mamãe em papel. Cupcakes feitos por mim, e bolo dessa vez encomendamos.


Visão geral da mesa do bolo (perdoem a foto, não achei uma boa, mas queria mostrar a mesa), o suporte da banca de sorvetes foi feito de cones de papelão daqueles de tonners, minha cunhada pediu eles em uma loja, montou a estrutura e por cima cobriu com um tecido xadrez, o visual ficou muito legal.


Além da mesa do bolo, foi feito um carrinho de sorveteiro, foram usadas caixas redondas (parecidas com aquelas de pizza) para as rodas, que foram cobertas com papel. De papel também foi forrada a mesa, e por fim o guarda-sol nas cores da festa arrematou o visual. O carrinho de sorvete foi um sucesso, tanto que não consegui foto dele sozinho, sempre tinha agente por lá.


Aqui o detalhe do carrinho de sorvete, como minha cunhada é super detalhista, fez até os cones de papel para colocar as casquinhas, foi bom porque evitou que as crianças se sujassem muito.








Os tags de sorvete deram um charme a mais aos docinhos e salgados, foram todos feitos.

As lembrancinhas, foram colocadas em caixinhas feitas com caixa de leite, ficou lindo, delicado e do tamanho suficiente para as lembrancinhas.


Quanto as atrações, tivemos contação de história com o tema da festa, foi contada a história do sorvete, é um livro infantil muito legal com personagens e desenho muito bom, o livro está disponível aqui para baixar.

Tivemos ainda, o momento de fazer milk shake, dispusemos um mixer e material, e cada criança teve a oportunidade de fazer (com supervisão claro) o seu milk shake personalizado. O charme ficou por conta do avental de mestre cuca feito de feltro que as crianças vestiam para entrar no clima.

Organizamos um espaço com papel, lápis de cor e desenhos para que colorissem e desenhassem.

Além disso tivemos muita música boa, com a trilha preferida da aniversariante (Palavra Cantada), dançamos muito, Marina dançou do começo ao final da festa.




domingo, 10 de agosto de 2014

Os aniversários de dois anos

Esse ano decidimos comemorar o aniversário de Marina sem grandes festas, mas no final das contas ela acabou tendo três festas ao invés de uma só kkkkk.

A primeira foi antecipada, fomos visitar os avós em Natal-RN, acabava de completar 1 ano e 11 meses :) decidi juntar a família paterna, coisa simples, um bolo com o pão de queijo mais que especial da Vovó Graça e gente boa reunida em torno da minha pequena. Minha tia querida (Tia Cássia) que também está morando por aquelas bandas também esteve presente.

Organizamos de um dia para o outro, não teve tema específico, mas deixei ela escolher a vela no supermercado e ela escolheu a mais chamativa que viu. A tia Dora (irmã da Vovó) fez um bolão lindo e eu cortei umas borboletas de papelão para enfeitar, olha como ficou:






O segundo aniversário foi na escola, foi um aniversário comunitário, faziam aniversário ela, e mais dois amiguinhos. Esse teve tema definido, foi Peppa e Mickey, porque a decisão nesse caso teve que agradar tod@s, também foi bem simples apenas enfeites e um bolo com lanchinho na hora do lanche das crianças.


Como sempre meu espírito faça você mesma falou mais alto kkkk, fiz as casinhas junto com marido (que diagramou no computador, e imprimiu em duas folhas de A4) cortamos, colamos e colocamos o lacinho. Fiz os cupcakes (de banana e cacau), os tags e rótulos das coisas,  pegamos da internet (como tem coisa disponível) foi só cortar e colar.

Mas como nessa festa já ia ter muita gente, não pudemos levar as priminhas, então fiz um bolo em casa para as primas, meus pais que vinheram de Recife, e duas melhores amigas minhas (que moram em Maceió, tá bom galerinha de Recife kkk), uma das quais tem duas filhas que também considero sobrinhas. Então foram apenas meu irmão e cunhada, vovô e vovó, duas tias (amigas da mamãe) e mais as crianças. Esse inclusive foi o aniversário que ela mais gostou, amou, brincou, dançou e curtiu muito, mas muito mesmo.

Foi só mesmo o bolo, coloquei os dois bonecos na mesa para enfeitar e dispus os docinhos em formas coloridas e foi só. Não usei bola (como sempre, não uso muito) imprimi umas bandeirolas e coloquei na parede.


Por fim, tivemos três festas mas sem grades trabalhos, reunindo gente querida em diferentes lugares para comemorar esses dois anos de vida de Marina, anos mais intensos, cansados e felizes que já tive na minha vida.

sábado, 28 de junho de 2014

Os adoráveis dois anos


Os "terrible two" é um tema frequente entre mães de crianças de 18 a 36 meses, é a famosa fase de "birras" que também é conhecida como adolescência do bebê. Essa também é uma fase de transição importante, nossos pequenos estão deixando de ser bebê e se transformando em criança.

Muitas mudanças estão acontecendo, é a linguagem que vai se consolidando, a coordenação motora se ajustando, os interesses e brincadeiras mudando... e é tudo muito intenso. É obvio que essa mudança toda não vem calma e tranquila ela costuma vir acompanhada de alguns episódios de choro, protesto (não gosto de chamar de birra, tá!), mudanças de humor e coisas do gênero.

Marina sempre teve um temperamento forte, ela é carinhosa mas ao mesmo tempo é muito independente e decidida, então nunca tive dúvidas de que essa fase não tardaria a chegar e chegou faz um tempinho já (creio que desde 1 ano e 6 meses por ai). Ela tá uma graça, cada dia mais sapeca (mãe babona modo on), aprende coisas novas em velocidade de dobra (mãe geek modo on), é observadora, quando pensamos que ela não está a par do assunto só porque não a comunicamos diretamente, ela, muitas vezes já está totalmente informada.  Em fim, me encanto a cada dia com as descobertas dela.

Obvio que ela também chora por causa de coisas que deseja e não pode, que insiste, insiste, insiste, insiste...
quando realmente quer alguma coisa, que tem desentendimento com outras crianças, principalmente por causa da posse de brinquedos, isso tudo também acontece por aqui. Porém o que me surpreende nisso tudo é a beleza dessa fase.

A persistência em alcançar seus objetivos é algo que me encanta, como é persistente, tenta, tenta, tenta, de maneira muito incisiva (kkkkkk), fico pensando, quando nós adultos vamos perdendo isso, muitas vezes deixamos de lado nossos objetivos por causa das adversidades? Penso que deve ter sido no processo de educação, será? Obvio que muitas vezes tenho que negar o que ela quer, mas uma coisa que venho fazendo e tem dado muito certo é me antecipar, se sei que ela vai cismar com algo que é impróprio ou perigoso simplesmente tiro do seu campo de visão.

Aliais, antecipação é tudo nessa fase, a criança precisa se sentir segura e entende muita coisa, então conversar é uma ótima ideia. Exemplificando, deixar claro o que vai fazer em uma ida ao Shopping. Ontem fomos eu e ela ao shopping comprar o presente de aniversário da prima, falei o que iriamos fazer, fui no carro falando, fazendo festa, dizendo que a priminha ia gostar do presente que ela ia dar. Chegando lá foi bem tranquilo, ela curtiu comprar o presente para a prima. Claro que nem sempre isso dá certo, mas o que observo é que cada dia mais essas conversas vão ajudando no processo.

Outra coisa, escolher a "briga" que quer comprar, tem situação que é tão boba, você vai deixar apenas seu filho nervoso, eu confesso que já deixei ela dormir com a roupa que ela tava curtindo muito (geralmente camisetas novas bem coloridas kkkk), brincar um tiquinho a mais, ficar um tempo maior no banho, bater nas panelas e por ai vai. Isso não significa que não cuido dela, que tudo aqui é bagunça (bem as vezes... quem nuca).

As crises de choro (e Marina chora bem alto mesmo) são frequentes, mas uma coisa que deve ser dita é que essas crises são normais para essa idade. Acontece que as crianças ainda estão em desenvolvimento, seu sistema nervoso ainda não está totalmente organizado, assim como, nessa idade as crianças ainda não tem os filtros culturais que nós adultos temos, então não tão nem aí se forem sai com um tênis de cada dor, ou se soltarem um pum na frente das visitas. O resultado disso tudo é que elas ainda não conseguem lidar bem com algumas emoções como frustração, raiva etc. Pensando bem muitos adultos também não sabem fazer isso, não é? Nosso papel é importante nessa fase, fazer com que a criança consiga aos poucos aprender a lidar com seus sentimentos é um processo importante.

Nossa, tenho explicado e gastado meu latim mais que tudo com Marina esses dias, o porque isso não pode, porque aquilo é perigoso e assim vai. Funciona? Nem sempre, as vezes sim, as vezes não, mas acho que esse é o caminho. Fora que não creio que vá ajudar minha filha a lidar melhor com suas emoções tendo um ataque de nervosismo ou batendo nela! Se quero ensinar calma, autocontrole, empatia, solidariedade, paciência e tudo mais para milha filha tenho que praticar isso também, não é?

Vejamos o lado bom, aliás não só bom, maravilhoso, você vai ficar toda boba ao ver a criaturinha olhando séria para você, enquanto você tenta dar banho nela e fala "sozinha!", ou quando ela canta de forma muito engraçada as músicas preferidas, amanhece o dia tagarelando sem parar (cada dia mais) e falando frases completas, encaixando quebra-cabeça e ao final fala consegui! Focando em uma atividade (desenhar e pintar) por um tempo grande, pegando um livrinho de historias e contando a história para você... Pedindo para eu sair da sala para ela "trelar" kkkk espertinha.

Tem coisa mais linda? Então companheiro (pai, mãe, tio, tia, amiga...) que tem criança nessa fase, força na peruca, aproveita a fase e mentaliza o mantra: "É uma fase, vai passar..." 


quinta-feira, 8 de maio de 2014

Viajando de Avião: dicas de segurança

Semana passada fiz uma viagem de avião com Marina, como ela ainda é de colo não tem uma cadeira só sua, mas vocês já pararam para pensar que temos regras para segurança de bebês e crianças em carros e nada em aviões? Fiquei só pensando, e em uma turbulência ela no colo, dependendo da intensidade posso não conseguir segurar. E quando fizer dois anos (em breve!), terá uma cadeira só para ela, mas e o cinto de segurança vai ajudar? Pense no corpinho de criança pequena preso apenas por um cinto na cintura, quando o avião estiver instável não vai proteger muito, principalmente por causa do efeito chicote (a criança é jogada para frente e para trás, balançando fortemente a cabeça o que pode causar danos ao cérebro).

Sei que para crianças de colo (caso de Marina) há um cinto que fica acoplado ao cinto do adulto, mas sinceramente, Marina já viajou de avião 4 vezes e nunca esse tal cinto estava disponível, pelo menos achei essa foto ilustrativa na internet. Há e uma informação que parece obvia mas vou falar assim mesmo: nunca prenda seu bebê no mesmo cinto que você, porque em uma desaceleração seu corpo vai esmagar o dele! O que eu fazia quando Marina era bem bebezuca era usar o sling, com o sling ela ficava presa em mim, funcionava como esse cinto ai, mas nos dois últimos vôos ela já grandinha com mais de 1 ano não quis saber disso, estava mais interessada em brincar e devo confessar que voou de maneira não segura.

Cinto de segurança para bebês.


Falando com a aeromoça sobre o assunto perguntei sobre a possibilidade de em uma próxima viajem usar a cadeirinha do carro no avião, uma vez que Marina já vai ter direito ao seu próprio assento. Ela me informou que pode mas que a cadeirinha deve ser certificada para avião também. Fui atrás de informação e descobri que no Brasil ainda não há regra oficial para essa certificação, mas muitas marcas já tem a adaptação, o que você tem que fazer é checar com o fabricante. 

Porém nem tudo é fácil, segundo a aeromoça, devemos pedir autorização com antecedência de 24 horas  (isso na companhia aérea que eu estava voando), e que isso muda de companhia para companhia. Só para vocês terem uma noção, o rapaz que estava do meu lado, pai de gêmeos de dois anos informou que foi proibido de usar a cadeirinha de auto em outra companhia aérea. Ou seja, não há uma regra bem estabelecida. Chata que sou fui no site das principais companhias aéreas e elas não abordam o tema, falam o obvio, do carrinho de bebê, do berço para viagens longas, do custo... mas nada da segurança.

Um outra opção que encontrei e estou tentada a comprar é esse extensor, ele é bem menor, menos pesado e se adapta a cadeira sem ocupar o espaço da cadeirinha, não é certificado no Brasil  (porque aqui não tem regulamentação), mas é certificado pela FAA (Federal Aviation Administratio) aqui está o link da página que comercializa o produto.


Infelizmente o que me parece é que as companhias aéreas no Brasil dificultam um pouco nosso acesso a informação, e o pior, o acesso de nossos filhos a segurança, não vemos nada, nem campanhas informativas, nem funcionários aptos a orientar adequadamente.

Seguem mais algumas dicas que garimpei pela net:

sábado, 12 de abril de 2014

Escolhendo a escolinha


Faz um tempão que quero falar um pouco mais sobre escola, não é novidade que nos últimos meses vivi uma angustia para tomar a decisão de escolarizar Marina. Isso porque na época ela tinha apenas 1 ano e 8 meses, e nessa idade não tem uma necessidade real de socialização com outras crianças, ao contrário, as enxerga como concorrentes. Na verdade crianças pequenas socializam com os adultos com quem estabelecem vínculos. Além disso sua uma crítica do modelo atual de escola que temos, modelo esse que prioriza a competição, o aprendizado as vezes até prematuro de conteúdos para crianças muito pequenas.

Porém a realidade bate a nossa porta e nem tudo é tão belo quanto a gente quer. Por mim Marina só escolarizava lá pelos 3 anos, só que preciso trabalhar fora, não tenho com quem deixar no início da manhã e assim a escolinha foi uma opção necessária.

Mas escolher a escola não é tão fácil assim, a primeira coisa que pensei foi que queria uma escola com proposta pedagógica parecida com a forma que eu encaro a educação de Marina.  Dei uma lidinha sobre o assunto e achei muita informação,  segue um resumo das principais linha pedagógicas que achei:

1) Construtivismo - No construtivismo o conhecimento não é passado ao aluno pelo professor, ao contrário, o aluno constrói o conhecimento de forma autônoma, ele deve entender os processos, observar, fomular hipóteses isso tudo para que adquira autonomia e consiga aprender a aprender por si só. Nesse modelo a ênfase é no processo cognitivo.

O construtivismo é inspirado nas idéias de Jean Piajet e Emilia Ferrero que defendem que a criança pode aprender, inclusive se alfabetizar sozinha, desde que tenha estímulo e ambiente favorável, dessa forma o estudante tem autonomia sobre seu processo de aprendizado. 

Outra questão importante (e polêmica) do construtivismo diz respeito ao erro do estudante, ele não é visto como um problema (como acontece no método tradicional) ele é visto como uma espécie de trampolim que ajuda na aprendizagem, assim há a possibilidade de reflexão por parte do aluno.

Na minha opinião o construtivismo é lindo, mas infelizmente percebi visitando as escolas e falando com as coordenadoras pedagógicas, que a maioria que diz ser construtivista não conhece e nem aplicam o método corretamente.

2) Linha Montessoriana - Essa linha é inspirada nas ideias de Maria Montessori e se utiliza da experiência concreta e da observação para que o aluno possa usar o conhecimento que já possui como base para poder abstrair e adquirir novos conhecimentos.

Por isso mesmo as escolas montessorianas privilegiam o uso de experiências sensoriais, atividades da vida prática, e além de tido a responsabilização da criança que também a autônoma no processo de aprendizagem.


Outra coisa bacana é que a individualidade e personalidade da criança são bastante valorizadas, outra coisa que também me atrai é o uso de brinquedos e equipamentos de madeira e artesanais que ajudam no desenvolvimento do tato e motor da criança.

Um problema que encontrei é que na cidade que moro só tem uma escola montessoriana e é longe de minha residência.

3) Linha tradicional - essa é a mais antiga, origina-se no século XVIII com Iluminismo, nela a figura do professor é central. Ele transmite conhecimento para os alunos que é sujeito passivo, se limitando a aprender apenas o que lhe foi ensinado. Desse modo o aluno recebe conhecimentos que são apresentados como verdades não sujeitas a indagação.

Eu fui educada nessa linha tradicional, sempre fui CDF então me ambientei bem, mas como educadora tenho muitas críticas a essa linha. Apesar de saber que ela funciona para uma parte dos alunos, sinceramente quero que Marina aprenda que aquilo que só serve para uma parte não é legal, o legal mesmo é incluir todos.

4) Linha Waldorf - baseia-se nas ideias de Rudolf Steiner em seus estudos sobre Antroposofia (antropos= ser humano, sofia= sabedoria). Compreende o ser humano como um ente biológico e espiritual, respeitando as características individuais, e no caso das escolas as faixas etárias.

Assim prioriza as necessidades de desenvolvimento da criança, sendo dividida em setênios que são ciclos de sete anos (0a7; 7a14 e 14a21), nesses ciclos além de trabalhar os conteúdos trabalham também aspectos relacionados aos sentimentos e atitudes caraterísticas de cada faixa etária.

No caso, Marina estaria no primeiro setênio, onde a ênfase é no desenvolvimento psicomotor, desenvolvimento de atividades lúdicas, não inclui a alfabetização nesse primeiro ciclo pois acreditam que a primeira infância deva ser vivida plenamente de forma lúdica para que o se consolide primeiramente o aspecto emocional, motor... etc

Outra coisa é que não existem professores específicos para disciplinas, na verdade o que existe é a figura de um tutor que acompanha os alunos durante todo esse período. Outra característica legal é o uso de alimentos saudáveis de preferência orgânicos, contato com a natureza e uso de brinquedos artesanais.


Simplesmente apaixonei pela linha waldorf, mas por aqui não tem nenhuma :(  mas... tem um grupo de pais querendo montar um jardim Waldorf por aqui, quem sabe ano que vem...

Além dessas linhas existem muitas outras que eu não li nada, mas só para saber tem a comportamentalista, a freireana, a de tendência democrática e devem ter outras que não citei aqui.

Pela minha vontade seria uma Waldorf, mas não tem, daí optei pelo Construtivismo, saí visitando as escolas que se diziam construtivistas da região próxima da minha casa. Um show de horrores, ambiente climatizado, alimentação nada saudável, profissionais que não entendiam o que estavam falando, técnicas de deixar chorar durante a adaptação... coisas que não acredito.

Nas visitas fiz até um roteirinho do que perguntar, porque para mim algumas coisas eram muito importantes, segue minha listinha de perguntas (hehe):

1. Qual a linha de vocês? Como é a dinâmica na sala de aula com as crianças? - o objetivo aqui era separar o joio do trigo, pegar quem se diz construtivista mas na verdade só tá entrando na moda.
2. Como é a alimentação? (Sou chata nesse item, não quero uma escola que permita refrigerante, salgadinho e essas porcarias todas);
3. Como é a adaptação? (Essa era chave, porque tem muita escola que não permite a presença dos pais, que prega que deixem as crianças chorarem para se acostumar, e eu sou TOTALMENTE contra isso!)
4. Pedir para visitar a escola, observar sala de aula, acessibilidade, segurança... etc.

Em fim achei uma com um discurso coerente, que inclui a família, não é perfeita mas tem o mais importante respeito pela infância da minha filha, usa bem o lúdico e tem uma equipe muito boa.

Ela está desde fevereiro na escola e até agora tem corrido tudo bem, e ela está até curtindo o ambiente, os "migunhos" como ela chama, tá cheia de novidade, toda brincalhona. É claro que ainda é muito novinha e eu tenho que estar atenta, porque para ela é sim uma separação grande, não tiro minha responsabilidade disso.

Os efeitos colaterais disso tudo? Ela voltou a acordar bem cedo (umas 05:00) e é claro toda animada para "bincar", mas tenho certeza que é uma forma que ela encontrou de ficar mais comigo (meu coração de mãe se despedaça nessa hora), isso me deixa triste porque fica na cara que ela precisa dessa atenção. Por outro lado tenho tentado chegar cedo em casa e dedicar o máximo tempo a ela, então nossos finais de tarde e noites tem sido bem animados por aqui.

Fontes:
http://www.pedagogia.com.br
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/guia_para_pais-metodos.shtml
Livro: a pedagogia Waldorf em debate
Livro: Para educar o potencial humano
Livro Waldorf Education and the Neurodevelopment of Intelligence: An Integrative
Livro: Pedagogia da Infância









domingo, 23 de março de 2014

Maternidade, informação e sororidade.

Olá pessoas queridas,

faz tempo que não posto nada por aqui, a vida tá corrida, foram tantas novidades, tantos textos iniciados, de assuntos diferentes que nem sei o que terminar primeiro kkkkk.

Marina mudou bastante nesse período, ela ainda mama :) mas reduziu bastante. Entrou na escolinha, não foi minha primeira opção é claro, porém ouve necessidade mesmo, e assim o fiz, da maneira mais suave e empática que conseguimos.

E é disso que quero falar, escolhas, culpa, cobrança. Ter um filho implica também em assumir um papel social de mãe ou pai, e além das cobranças sociais existem as pessoais.

Nesse mundo da maternidade temos sempre uma cobrança seja de fora ou de nós mesmas, é a alimentação, se mama, se não mama, se usa fralda, se já desfraldou, se está na escolinha o não, para todo o lado tem pitaco e cobrança. 

Sou adepta ao bom senso, raciocinem comigo, entre a relação pais e criança o lado mais frágil é o da criança, certo? Então para mim não cola a famosa frase: "É meu filho eu sei o que é melhor para ele". Pera lá, uma coisa é a dinâmica familiar e social no qual a família está inserida, outra coisa é não respeitar as necessidades da infância. Falo isso para aqueles casos escabrosos de gente que dá coca cola na mamadeira. bate em bebê e por ai vai.

Agora, outra coisa é a pressão para ser uma mãe perfeita, porque meus caros, essa pressão é em cima da mãe e não do pai (coisa dessa sociedade machista).

Nós mulheres temos que ter mais sororidade umas com as outras, pensem: a quem interessa que nós briguemos uma com a outra por que uma oferece danoninho e outra não? Não existe menos mãe ou mais mãe, existe mãe.

Ocorre que quando nos empoderamos sobre os assuntos que permeiam a maternidade e a infância, nos tornamos naturalmente mais críticas o que faz de nós consumidoras mais seletivas, e é isso que não querem: mulheres empoderadas e críticas, porque aí fica difícil vender a ideia de que um danoninho vale por um bifinho, entende?

Por outro lado, muitas mães acabam se culpando por não conseguir fazer tudo da maneira correta. Eu sou um exemplo, passei por uma crise dessas com a decisão de colocar Marina meio período na escolinha. Porque já tinha lido muito sobre escolarização e socialização de bebês na idade dela (1 ano e 9 meses agora), sei que o ideal seria escolarizar mais tarde, que ela nem aproveita tão bem a famosa socialização, mas eu precisava voltar a trabalhar pela manhã e simplesmente não tinha com quem deixar. Me culpei muito, mas depois percebi que sou a melhor mãe que posso ser.

No quesito escola o que fiz foi procurar uma escola bacana e que permitisse uma adaptação humanizada. Porque em muitos locais os pais não entram e a criança é simplesmente deixada ali chorando até desistir e se conformar "adaptar". A adaptação dela foi melhor que eu pensava, fomos eu ou pai diariamente com ela para a escola e ficamos lá juntinhos durante todo o período de adaptação, depois ela ficou bem por uma semana, na quarta semana começou a chorar quando a gente deixava. Eu sempre entrava com ela, ia para os braços da professora e depois calava, e agora elá tá curtindo a escola.

É fato que cada família é diferente e tem uma dinâmica e realidade social diversa. Beleza quem pode cuidar dos filhos integralmente, não trabalhar, comprar orgânicos e etc Mas se você não pode tudo isso não quer dizer que é menos mãe.

Quando se deparar com outra mulher falando que açúcar é ruim, amamentar é bom, que devemos ter mais tempo para nossos filhos, brincar mais com eles, assistir menos TV e etc, tudo isso sacando um artigo ou texto científico, não se sinta agredida, acredite não é nada contra você ou o modo como cria seu filho, é informação e ela é valiosa. Assim como não é uma agressão pessoal não é uma cobrança, você pode e deve adaptar a sua realidade, as vezes é doido, eu sei, senti e sinto isso as vezes mas a gente supera.

Nem todo mundo mora perto da família, tem grana para pagar uma escola bacana, consegue fazer arranjos no trabalho para passar mais tempo com os filhos, mas todos podemos dar amor, ser empáticos com as crianças, oferecer uma alimentação equilibrada, brincar com os filhos, são adaptações que podemos fazer basta querer.

Não tem fórmula certa, o que dá certo para mim pode ser um desastre para você, mas como diz a canção dos Beatles "All you need is love".




domingo, 12 de janeiro de 2014

Tão grande e ainda mama?


Marina tem 1 ano e 6 meses e mama em livre demanda, quando falo livre demanda entenda-se: sempre que ela quer. Engraçado é que isso vem assustando (para ser educada) muita gente.

É impressionante como o senso comum é contrário a amamentação (se soubessem que tudo que acham que acham sobre alimentação de crianças foi "ensinado" pela Nestlê... ui,ui), sabe, muita mãe que não conseguiu amamentar fala que sofre preconceito por causa disso, pois bem, tentem amamentar um bebê de mais de 1 ano e verão o que é preconceito.

Sério, quase ninguém entende, a pressão é grande, muita gente te olha como se você fosse uma doida, ou pior soltam a famosa frase: mas o leite não serve para mais nada (nem se virasse água, mesmo assim ainda hidrataria), ou ainda, isso é carência sua e não dela...

Vou falar uma coisa, amamentar um bebê de 1 ano e 6 meses não é capricho, já falei aqui que a própria OMS e o Ministério da Saúde do Brasil recomendam amamentação exclusiva até 6 meses e continuada até no mínimo dois anos (atentem bem, no mínimo), o leite materno não vira água, nem coca-cola, nem veneno... continua sendo um alimento bom (dá uma sacada na figura abaixo ela é bem ilustrativa).



Mas esse texto não pretende tratar exatamente dos aspectos técnicos, esses estão bem estabelecidos, quero falar mesmo é da encheção de saco que é ter gente se metendo na amamentação alheia. Sei que as vezes Maricotinha não quer comer, crianças em geral passam por períodos de pouco apetite, o engraçado é que se tomam mamadeira ninguém fala nada, agora se mama...coitada tá passando fome.

Sei que as vezes eu tô de saco cheio, cansada, não tô a fim de amamentar ninguém de acordar de madrugada, normal, sou humana, me canso, mas daí eu pergunto quem é que se cansa? Sou EU, mas faço isso conscientemente, foi uma decisão minha amamentar ela até dois anos no mínimo, ou seja, não precisam ficar com pena. Há e também não precisam culpar Marina, ela não está sugando minhas energias, vai por mim, quem faz isso é a Vampira do X-men (momento nerd - hehe).


Outra máxima que tenho ouvido é: quando desmamar ela vai ficar mais sociável (Gente, ela tem 1 ano e 6 meses, vai socializar quando for o tempo dela), ou ainda: ela é muito apegada a você por causa da amamentação. Agora pergunto, se ela não for apegada a mim, que cuido, alimento, brinco, troco cocô, curo machucado com beijinhos, danço e canto e etc, etc, etc... vai ser apegada a quem? Quer dizer que o normal é a criança não criar vinculo com o cuidador  e preferir outros?

Ela vai ter, no tempo certo, toda a liberdade e vai sim desapegar. Reconheço que nossa ligação é muito visceral, ela me solicita muito, fica insegura em ambientes estranhos, mas acho isso normal, faz parte também da personalidade dela que é mais seletiva com as pessoas. Creio que como toda criança em determinado momento ela vai querer brincar mais com as outras crianças do que comigo, isso inevitavelmente vai acontecer, independente de amamentação.


Detesto mi-mi-mi, mas esse foi o post do mi-mi-mi kkkkkkk... tô reclamando mesmo! Então fica a dica do que não dizer, fazer ou perguntar para uma mãe que amamenta um bebê de mais de 12 meses:

1. Quando vai desmamar? - Essa é a mais chata... putz, ter que andar com a citação dos manuais da OMS, OPAS, MS é um saco. Vamos combinar, eu não encho o saco de ninguém que dá todinho, danoninho (que não vale por um bifinho, pela composição vale por um torresminho , vai encarar?), miojo, biscoito recheado, salgadinhos e demais alimentos para seus filhos menores de 1 ou 2 anos e ninguém enche o meu.

2. Uma menina tão grande mamando. - Porque ninguém diz, Nossa seu filho tem só 4 meses e já começou a tomar suco?

3. Intervir quando  minha filhar pedir para mamar (sim caros, já ouvi, você é uma menina grande, não é para mamar agora não)- gente, juro que tenho bom senso, acreditem em mim. Além disso não tenho a menor vontade de ficar exibindo o peitão por ai. Nunca vejo ninguém se meter quando uma mãe tá dando um pirulito para seu filho, mesmo que seja um bebê, ou pior, já vi muita gente defender o uso da palmada educativa falando que cada mãe sabe o que é melhor para seu filho. Quer dizer que se bater tudo bem, a mãe sabe o que faz, mas amamentar é um grande erro mãezinha! 

4. Dar conselho com fórmulas infalíveis par desmamar - primeiro, eu sou contra mentir para crianças, quero construir uma relação de confiança com Marina, então dizer que o mamá tá dodói não é uma opção (sim caras pessoas que me deram esse brilhante conselho, essa estória é bem velhinha viu!), segundo, ainda não decidi como fazer, acho que essa decisão vai depender da própria Marina (de sua maturidade, necessidade, vontade), de mim e do pai dela.

5. Mas ela vai fazer 10 anos mamando? Olha duvido muito, ela ama o mamar dela mas é tão independente que não sei se vai até 10 anos, por outro lado acho que eu também não aguentaria, até porque minha intenção não é entrar para o Guines.


Não quero entrar no mérito de mais mãe, menos mãe, acho que como mulheres temos é que nos apoiar e não ficar atacando ninguém. O desmame natural pode se iniciado pela criança, ou então pela mãe que não está mais tão feliz amamentando, independente de como for, acho que deve ser gradual e respeitoso. Ainda não me informei suficiente sobre desmame, pois não é uma necessidade atual. Andei lendo um pouco sobre desmame noturno, estou estudando a possibilidade de iniciar, mas tudo de forma respeitosa com minha pequena, quando decidir iniciar o desmame noturno (se decidir) venho aqui contar como foi, por enquanto fiquem com o link para o Plano de Desmame Noturno do Dr Gordon, dos que eu vi, me parece o mais adequado.

E para os apressadinhos pelo desmame total, muita calma nessa hora, ou como diz o ditado: devagar com o andor...

Tenho a certeza que amor, carinho e cuidado só vão fazer bem para minha Maricota, o "eitinho" dela tá garantido por um tempo ainda. Deixo vocês  com Marisa Monte "peitos fartos, filhos fortes, sonho semeando o mundo real..."



OBS: Não sei porque mas não consegui selecionar o clipe real da musica.