sábado, 21 de dezembro de 2013

Infância e consumo: como achar um equilíbrio saudável?

Antes de tudo começo dizendo que não tenho as respostas, mas tenho tentado usar o bom senso quando o assunto é consumo aqui em casa.

O que motivou esse post foi a conversa que tive com um menino aqui do condomínio ele tem três aninhos, para resumir vou contextualizar o que aconteceu: eu como de costume sempre desço para brincar com a Marina na área do parquinho, e geralmente encontramos outras crianças a maioria com babás, eu sou meio alienígena aqui no prédio porque sempre estou com minha filha, e costumo conversar e brincar com as outras crianças também (até porque as babás tem uma atração incrível pelo celular, então ficam com o dito cujo ou conversando entre si enquanto as crianças brincam sozinhas...).

Marina tava no pula pula com outra criança e ele chegou com um monte de brinquedos, e um patinete. A menina que estava com Marina no pula pula se animou e desceu, foi direto para o patinete e ele gritou: "Não pode, esse brinquedo é de menino". Na hora fui conversar e explicar que os brinquedos são de meninos e de meninas e tal, incentivei mudarem o foco e foram todos pular.

Como de costume, fui conversando com ele, e ele (muito fofo e esperto) começou a falar, eu tenho isso, aquilo, aquilo outro, meu pai vai me comprar isso, aquilo, aquilo outro.... tenho filme disso, filme daquilo, minha sandália e tal, tenho uma roupa tal... daí a mãe ligou para a babá que subiu com ele todo animado porque ia no Shopping... Sinceramente, fiquei tão pra baixo, ele é tão fofo, tão pequeno, e já não sabe brincar, usar a imaginação, ser criança, ser simples... 

E infelizmente essa cena é um pouco comum por aqui, eu não queria Marina crescendo assim, sei que tem a televisão, os coleguinhas, o mundo todo dizendo: consuma, consuma, consuma! Mas será mesmo que isso é necessário? Será que é bom?

Eu fui uma criança pobre, mas meus pais nunca me deixaram faltar nada, e me criaram com muito amor, só que brinquedo era só no natal, dia das crianças e aniversário,a mesma coisa com as roupas. Também reaproveitávamos brinquedos e roupas entre irmãos e primos. 

Hoje tenho uma situação financeira estável, não sou rica, mas não me falta nada. E me pego, as vezes querendo comprar sapatos, roupas, brinquedos em demasia para Marina. Até agora tenho resistido bravamente, porque quero que ela se sinta amada e valorize o que somos e não o que temos.

Isso não quer dizer que não tem brinquedos ou roupas, tem sim, até demais porque ganha dos avos, tios e amigos, mas tem umas regrinhas básicas aqui em casa:

1. Evitar ter dois ou mais do mesmo (não tem sentido ter um monte de sandália tipo havaiana _a força da marca kkkk - por exemplo, então compro uma quando a outra não dá mais);

2. Evitar personagens - eu não queria contato com televisão, mas a tarde ela fica com a babá e assiste (a meu contragosto), então conhece alguns personagens e os identifica - então evito roupas, brinquedos, produtos licenciados, justamente para não estimular. Estaria sendo hipócrita se dissesse que ela não tem nada, tem sim um creme e um shampoo do backardigans que ela toma banho e brinca, e deve ter um ou outro item ganho, mas no geral evito mesmo;

3. Fazer brinquedos com ela, é muito legal, usar garrafas pet, caixa de papelão, corda, lata... eles amam fazer parte do processo e aprendem que para se divertir não precisa necessariamente de um brinquedo pronto (que aliás na maioria das vezes faz tudo pela criança...) - Acho que além de estimular a criatividade posso despertar nela (mais pra frente) uma consciência ambiental ao reaproveitar.

4. Dar prioridade a brinquedos de madeira, de encaixe, bolas... brinquedos que façam ela se movimentar, brincar, andar, pular e que façam ela experimentar outras texturas que não o plástico.

5. Presentear em alguns momentos, mas priorizar a brincadeira diária com ela, isso é que fortalece o vínculo, e que é divertido.

6. Aproveitar roupas e brinquedos das primas e doar os dela quando não usa mais (ela é bem apegadinha e ainda não entende direito essa parte de dar o que não usa mais, mas espero que mais tarde desenvolva mais esse lado desapegado). Então aqui é assim, tenho uma sobrinha a Léia de 3 anos, a Marina tem 1 ano e 6 meses e outra sobrinha a Ester de 9 meses, então tem brinquedo que era da Léia, veio para a Marina e já foi para a Ester, assim como algumas peças de roupa e itens do enxoval.

7. Não tem isso de sexismo aqui em casa, brinquedo é brinquedo e pronto.... ela tem boneca e carrinho, ursinho e bola, vestidinho e bermudão, roupa rosinha e mega colorida. 

8. Sair, brincar fora, ao ar livre de pé descalço se sujando mesmo.

9. Dar o exemplo, tenho trabalhado o desapego de doar itens bons que não uso mais, não ter muito do mesmo (apesar de amar bolsas e sapatos kkkkkkkk), e sempre valorizar o outro a conversa e a brincadeira, então comigo é assim: ao invés de sentar e assistir um DVD de clipes infantis porque não dançar e cantar juntas?

Não sou uma super mulher, não julgo que estou fazendo tudo certo, tem coisas que acontecem e que não gosto (ela assistir TV a tarde por exemplo, e o pior é que ela gosta), mas estou tentando. É bem verdade que temos dias de cansaço, que não estou tão disposta a brincar, que quero comprar um mimo a mais para ela, isso acontece, é normal, mas espero que o dia a dia não seja assim consumista e distante, quero  minha pequena bem danada, brincando e pulando do que ela quiser e juntinho comigo, sabendo que as pessoas são muito mais importantes que as coisas, espero conseguir, vamos ver.



OBS: Esse documentário é bem legal, se chama: Criança a Alma do Negócio, vale a pena dar uma conferida.






sábado, 14 de dezembro de 2013

Porque queremos "adultizar" nossos bebês?

Tem coisa mais chata do que ter seu filho comparado a outra criança? E a cobrança já começa com poucos meses de vida, é um tal de já sustenta a cabeça? Já senta? Já engatinha? Já fica em pé? Já chama mamãe? Já anda?.... Há mas o filho de fulana andou com 8 meses, o de sicrana com 5 meses já engatinhava... e por ai vai.

Gente, pelo amor... um bebê andar aos 9 meses é tão normal quanto andar aos 16 meses, garanto que se seu filho não tem nenhuma doença, é uma criança saudável e feliz uma hora vai andar, vai falar, vai fazer xixi no banheiro.... Não entendo essa necessidade de "adultizar" bebês e crianças, até porque não conheço adulto saudável que ainda use fraldas...



A mesma coisa é com a amamentação, agora que Marina tem 18 meses de vez enquanto escuto a famosa pergunta, ela vai mamar até quando? Já não está grande para mamar? Minha resposta tende a ser vaga porque estou sem paciência, me limito a dizer que não sei até quando ela vai mamar nós (eu e ela) não decidimos isso ainda.

Minha Marina é um bebê normal, fez e faz tudo a seu tempo e quero que continue assim, sinceramente não acho que infância seja uma competição esportiva para ver quem chega primeiro. Me diz uma coisa, para quê um bebê que nem compreende o mundo direito, que tem que formar sua auto-imagem, precisa saber matemática ou ler? 

Pessoalmente acho que o tempo da criança deve ser respeitado, ela não deve ser forçada, isso é diferente de estimular. Eu brinco muito com Marina, dançamos, cantamos, desenhamos, conto histórias, brinco de carrinho, no parquinho, no pula-pula, jogamos bola... a lista é longa, não para por ai não, essa é só uma pequena mostra. Sempre que brincamos ofereço brincadeiras que permitam a ela explorar o mundo, vivenciar conhecer, vou sempre verificando o interesse dela e se está se divertindo, nada forçado.

Mas acima de tudo defendo o direito da minha filha ser simplesmente um bebê, que mama, que se cansa, que ama explorar o mundo, que está aprendendo a viver nesse mundão. Não troco a delicadeza dessa descoberta diária por nada, tudo a seu ritmo e com muito amor, para quê pressa? Um dia ela vai ser independente, um dia vai ser criança, adolescente, adulta.... por enquanto é uma bebê, linda, engraçada, forte, carinhosa e buliçosa como tem que ser.






domingo, 8 de dezembro de 2013

Uma árvore de natal especial para Marina

Sempre que o natal se aproxima parece que temos uma esquizofrenia coletiva, enfeites e mais enfeites, compras, compras, compras, presentes, festas... Não! Não sou contra o natal, muito ao contrário, sempre gostei, porque era o momento em que tínhamos a família reunida, que comíamos as comidinhas de família reservadas para datas festivas... a questão que levanto é que o natal tem perdido seu sentido, tá parecendo réveillon, é uma festa em que se come bem, se consome muito e só.

Pensando nisso e querendo incluir Marina em cada uma das etapas decidi junto com o pai dela fazer a nossa própria árvore de natal, para que ela participasse do processo, e depois pudesse manipular, trocar os enfeites de lugar, curtir a árvore que afinal é dela! (Detalhe, somos casados há 7 anos e essa é nossa primeira árvore).

Meu habilidoso marido comprou uma folha de EVA mais durinha e fez o cone, colou com fita adesiva dupla face (daquelas de colar quadro na parede) e arrematou com fita isolante para ficar bem firme. Depois cobrimos com feltro verde, os enfeites fiz com feltro também, peguei os moldes da internet depois foi só cortar. Só costurei a estrela de cima, fiz três iguais e costurei (não muito bem pois me falta habilidade) as três pontas de cima deixando espaço para encaixar na árvore. O custo foi bem baixo, na verdade compramos só o EVA pois já tínhamos o feltro, foi um dia divertido para Marina que acompanhou tudo, mexeu nos tecidos, e ficou muito feliz com a árvore. Aliás ela mexe nos enfeites todo dia, muda de lugar, uma graça.

Estamos ensaiando fazer um presépio também, vamos ver se conseguimos. Vai ser legal, fazemos com ela e depois eu conto a história do nascimento de Cristo a ela como faço com os livrinhos e marionetes.

Eis a nossa árvore:



Não sou talentosa, não ficou perfeito, mas foi tão bom, ela aproveitou tanto, ela brinca muito com essa árvore. Além disso ela tem total autonomia, não tem perigo, ela pode mexer em tudo e se tombar não tem problema que é bem levinha e no final das contas ela, o papai e a mamãe juntos é que fizeram tudo, acho isso bem mais a cara do natal do quê essas mega decorações de shopping.