segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O dilema da Galinha Pintadinha

A música é uma parte importante da minha vida, e acho que ela ajuda e muito na socialização e desenvolvimento dos pequenos, porém não tinha parado ainda para refletir sobre a qualidade de alguns CDs e DVDs infantis. Eis que em um grupo do facebook que eu participo surge uma discussão em torno da tal Galinha Pintadinha, umas crussificando e outras defendendo.

Particularmente eu não acho ruim não, pois são canções de roda tradicionais, eu já sabia todas porque cantava na infância, para mim o grande problema é o marketing abusivo por detrás de um material desses. Outro problema é que muitas pessoas deixam a criança assistindo DVD por muito tempo chegando a substituir as brincadeiras com seus filhos por esses produtos.  


Então acho que cabe aos pais dosarem a questão do consumismo, assim como dosarem o tempo de exposição a esse tipo de mídia. É claro que para fazer isso precisa está presente, precisa participar da vida do filho. Ou seja, o problema não é a música em si, mas a ausência dos pais. Desculpem a sinceridade  mas acho isso mesmo, comprar um monte de brinquedos e DVDs não é ser pai ou mãe, é estimular o consumismo e ensinar que coisas são mais importantes que relações humanas.

No caso de minha filha, ela tem só 8 meses, não tem idade para assistir TV, pois o estímulo visual é demais para seu cérebro em formação, de forma que ele ouve muito mais as músicas e assiste quase nada. Digo quase nada porque as vezes o papai põe musiquinhas no youtube para ela, mas comigo é só no CD rsrsr.


Outra coisa que acho legal é dar uma educação musical aos filhos, então é bom que eles também escutem as músicas dos pais. Pensem que péssimo uma casa em que a única música que se ouve é a da Galinha Pintadinha.   Foi assim comigo, eu amo Vinícius de Moraes por causa de um vinil do meu pai, amo Chico Buarque pelos belos molhos dele porque minha tia escutava. Adoro a Arca de Noé porque ganhei quando criança e escutava muito. Pausa para um segredo cavernosos rsrsr, meu passado me condena: eu escutava Xuxa também, porém não foi isso que ficou na minha educação musical. O que fica geralmente está ligado a um contexto muito maior.

Como Caetano diria é proibido proibir (exceto funk e qualquer coisa relacionada a palhaço) acho que vou adotar a postura de deixar ela ouvir as musiquinhas da moda quando ela pedir (me contorcendo toda por dentro é verdade, mas deixarei tentarei rsrsr),  porém também vou dar educação musical, dando outras opções. Tem tanta coisa legal, a Galinha Pintadinha é fofa, mas tem muito mais coisa por ai, porque limitar?

Das antigas:

Arca de noé I e II (A de Vinícius de Moraes viu gente);
Os saltimbancos;
Os saltimbancos trapalhões;
Ratimbum;
Víla Sésamo.







Instrumentais:

Música clássica em geral;
Coleção de rock versão canção de ninar (essa Marina escutou muito);
Bossa nova...

Novas:
Palavra cantada;
Adiana Par-tim-pim;
Cocoricó;
Música de brinquedo;
Pequeno cidadão do Arnaldo Antunes;
Toquinho no mundo da criança

As menos conhecidas, mas muito boas:

No dorso do rinoceronte http://www.nodorsodorinoceronte.com.br/ 

Gente esses são apenas alguns que lembro agora de cabeça, tá vendo quanta opção? Nada contra a Pintadinha, acho ela muito fofa, mas para que limitar? Além dessas todas apresente seu filho a boa música brasileira e internacional e curta muito com seu pequeno :)

Off: Patati e Patatá eu nunca ouvi porque DETESTO tudo que é palhaço, olha ai o problema... trauma a superar pela filhota? Quem sabe né...

4 comentários:

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  3. Recomendo que leiam a letra de "A Baratinha" e então voltem aqui para refletir sobre a situação da barata. Ela não tem roupas: não tem saia, não tem sapato, não tem vestido... não tem condições de viajar de avião... nem dinheiro para sabão a pobre barata tem!
    E nós, o que fazemos? Rimos da desgraça alheia. Em vez de nos apiedarmos da pobre criatura, a escrachamos publicamente, sem dó nem piedade. Como se ser pobre fosse algum defeito.
    Em uma sociedade consumista, a pobre barata tenta apenas preservar o pouco que lhe resta de dignidade, inventando mentiras, para poder ser aceita na sociedade. Em vez de nos solidarizarmos, desmascaramos essas mentiras e rimos na cara da pobre coitada.
    É isso que estamos ensinando para os nossos filhos? É esse tipo de ensinamento que está entrando nas nossas casas?! É essa a lição que estamos deixando para a futura geração?!!
    Digam não a essa galinha maldita, meus irmãos! Isso não é coisa de Deus - está claro que não. Uma galinha que prega o separatismo entre as classes, que nos ensina a ridicularizar os próprios irmãos, em vez de amá-los, como nos ensinou o Mestre Jesus, de que lado vocês acham que ela está?

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    1. Vely esse meu post antigo...na época eu não havia feito esta reflexão, mas hoje também percebo estas nuances por trás das lestra. principalmente as antigas que trazem em si certo preconceito. Boa reflexão a sua.

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