domingo, 14 de julho de 2013

Desidratação em bebês e crianças pequenas: o que fazer?

Esses dias Marina teve seu primeiro episódio de diarreia, a tal virose não queria deixar minha menina em paz. Acompanhei com cuidado, até porque ela estava sem aceitar qualquer alimento, e nos últimos dias até para os líquidos fazia cara feia.

O sinal de alerta veio quando amanheceu e a fralda estava seca, mas como ela estava toda animadinha, tratei de fazer reidratação oral (tentar pelo menos) e dar muito mamar, só que as horas foram passando e nada de xixi. Então, apesar de não ter mais nenhum outro sintoma de desidratação levei para a emergência, chegando lá ela teve que ir para o soro, ainda bem que fui a tempo e deu todo certo no final das contas.

Infelizmente a desidratação ainda é uma das principais causas de óbito evitáveis entre bebês e crianças pequenas. Só para se ter uma ideia, estima-se que em todo o mundo, ocorram 1,3 milhões de óbitos por ano, em crianças menores de 5 anos de idade, devido a doença diarreica e que, aproximadamente, 60% destes óbitos devam-se à desidratação. Isso porque Recém-nascidos e lactentes são mais suscetíveis à desidratação, pois a água representa de 75% a 80% do peso corporal, enquanto no adulto, representa de 55% a 60%

Saber os sintomas, monitorar e tratar a tempo são as medidas mais efetivas para evitar essa tragédia.

Assim, fiquem atentos, os sinais mais comuns da desidratação em bebês e crianças são:

Desidratação - apresentar 2 ou mais sintomas desses: 

Criança se apresenta inquieta e/ou irritada;
Olhos fundos;
Aparenta sede;
Sinal de prega - desaparece lentamente (em até 2 segundos) 
Boca e pele secas, 
Ausência de lágrimas, 
Diminuição da sudorese, 
Diminuição do xixi, ou xixi mais concentrado

OBS: O sinal de prega é feito "beliscando" a pele da barriga da criança com o polegar e o indicador, e contando o tempo que leva para voltar ao normal - Imagem a seguir

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Desidratação Grave - apresentar dois ou mais sintomas desses:

Letargia ou inconsciência.
Olhos fundos.
Não consegue beber líquido ou bebe muito mal.
Sinal de prega - a pele volta ao estado anterior muito lentamente, em mais de 2 segundos
Boca e pele muito secas, 
Ausência de lágrimas, 
Diminuição da sudorese, 
Diminuição do xixi, ou xixi mais concentrado
Moleira afundada.

O que fazer em caso de desidratação?

Iniciar reidratação oral e continuar amamentando em livre demanda. A reidratação oral pode ser feita com soro caseiro ou industrializado, em pequenos goles em intervalos pequenos, também oferecer bastante água.



Além disso procure vestir roupas leves e deixar o bebê em ambiente arejado, não expor ao sol, nem fazer atividades muito agitadas.

AEssas dicas são importantes para serem tomadas de imediato, assim que os pais ou responsáveis percebem a desidratação, isso não exclui a procura por um serviço de saúde para avaliação mais detalhada do caso.

O que fazer em caso de desidratação grave?

Nesse caso a primeira coisa é correr para um serviço de saúde, no caminho amamentar e oferecer reidratação oral. Chegando no serviço de saúde a conduta será realizar reidratação via intravenosa e ir acompanhando a evolução do quadro.

Parece incrível e triste ao mesmo tempo, como uma coisa de identificação tão simples e de tratamento igualmente simples pode matar tanto?

Senti a necessidade de dar esse alerta porque o caso de Marina evoluiu muito rápido, ela não tinha sinais clássicos de desidratação, pelo menos eu pensava, pois estava "espertinha" brincando, andando... só que não! No serviço verificaram que além da ausência de xixi, o sinal de prega demorou um pouquinho para desaparecer, além disso ela estava irritada desde cedo e eu estava atribuindo a irritação apenas ao dentes que estão nascendo.

Outro detalhe, Marina cuspia todo o soro de reidratação oral, aceitava apenas um pouco de água e mamar, ou seja, fiquei mais preocupada ainda e esse foi outro motivo que contribuiu para que eu procurasse o serviço de saúde.

Seguem os links para os protocolos do Ministério da Saúde para o diagnóstico e tratamento da desidratação em bebês e crianças, espero que seja útil.

Um comentário:

  1. muito interessante o caso de sua filha, aparentemente simples, mas a criança ainda tinha um estado geral aceitavel, que prestava a confundir, acho q sua experiencia e muito instrutiva e pode ajudar a muitas maes.. e porque nao...tambem a professionais de saude ...obg...

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